Fátima Lima eleita directora executiva da ERC, PS contra
Foi uma votação à justa: o nome da nova directora executiva da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Fátima Resende Lima, foi aprovado por três votos a favor e dois contra. Os dois votos contra foram dos elementos da ERC indicados pelo PS: Alberto Arons de Carvalho e Rui Gomes.
O lugar de director executivo é o único que na ERC tem como base a confiança pessoal do presidente do órgão regulador. Como organismo público, a ERC teria sempre que recrutar alguém da administração pública, embora não se abra um concurso. A selecção para o cargo - que é uma espécie de sexto membro do Conselho Regulador e faz a gestão da entidade, embora sem direito a voto - não obedece a um processo formal nem há regras definidas. Dos oito candidatos, alguns foram convites de elementos do conselho, e outros - como Fátima Lima - "souberam que o lugar estava vago e candidataram-se", como a própria contou ao PÚBLICO.
Durante o processo, alguns candidatos acabaram por desistir. E no final houve também algumas dúvidas entre os membros do Conselho sobre se Fátima Lima teria o perfil adequado quando comparado com outros candidatos. O nome de Fátima Lima foi proposto a votação pelo Conselho Regulador pelo presidente, Carlos Magno, que se empenhou nesta candidatura justificando conhecer pessoalmente a candidata e de esta ser a única que tinha experiência na área.
A nova directora diz conhecer o presidente, Carlos Magno, "há muitos anos" e sentir-se "à vontade" numa entidade que conhece bem - fez parte da extinta Alta Autoridade para a Comunicação Social entre 1995 e 2002. Contactado pelo PÚBLICO, Carlos Magno não quis comentar o assunto, e remeteu os fundamentos da decisão para a acta da reunião daquele órgão.
Fátima Resende Lima, casada com o consultor político do Presidente da República, Fernando Lima, é quadro da Direcção-Geral do Consumidor, onde coordena os centros de informação autárquicos ao consumidor (CIAC). Já trabalhou na Câmara de Lisboa, foi chefe de gabinete do PSD na Assembleia da República durante o anterior Governo social-democrata, e integrou o gabinete da ministra social-democrata Teresa Gouveia.