Numa geração que se vê à rasca para ter conversas além de teclados e "web-cam" parece que os encontros cara-a-cara voltaram a fazer sentido. Um estudo do Ericsson ConsumerLab comprova que os jovens utilizam cada vez mais os SMS e as mensagens via Facebook para comunicar.
As novas tecnologias e "gadgets" estão para os jovens como as cartas de correio estavam para os seus antepassados e mais uma vez o que é tradicional fica para trás, e as chamadas telefónicas caem em desuso, sendo consideradas coisa de adultos – não fossem as chamadas feitas por estes jovens durar menos de quatro minutos.
Mas os SMS e o "chat" do Facebook têm um propósito bem determinado: marcar encontros presenciais com outras pessoas. Os inquiridos deste estudo – jovens entre os 13 e os 17 anos – afirmaram que preferem os encontros cara-a-cara, mas que antes que estes aconteçam é necessário marcar uma data, e a coragem vem atrás das teclas.
O Ericsson ConsumerLab publicou um relatório de oito páginas onde ilustra o processo de relação entre jovens. Assim muito rapidamente, até se encontrar pessoalmente com a pessoa desejada, é necessário em primeiro lugar conhecer a pessoa e descobrir o seu nome para de seguida ir pesquisar no Facebook a sua página pessoal e dos seus contactos mais chegados. Possivelmente o perfil será bloqueado a “não-amigos”, por isso toca a enviar um pedido de amizade. A aceitação pode durar segundos como dias, mas a esperança mantém-se e mal seja possível aceder à totalidade do seu Facebook é hora de mostrar interesse colocando “like” nos post’s da pessoa em questão.
A tarefa mais difícil vem a seguir, muitos respiram fundo e rezam para que seja o que Deus quiser, mas basta um “olá” para começar um conversa no "chat"; a partir daí é deixar a conversa desenrolar o suficiente para conseguir o número de telemóvel. A coisa fica mais séria, com o número de telemóvel é mais fácil comunicar a qualquer hora. Conversa puxa conversa “e que tal sairmos juntos?”.
A pergunta é feita e depois isso é um tirinho até ao encontro cara-a-cara, o que acontece aí já não faz parte do estudo, mas a verdade é que na maioria dos casos acaba com a definição de estado alterada no Facebook: de solteiro passa a “numa relação”, e depois de publicado o namoro começa. Parece complicado? A técnica é a mesma utilizada em tempos, apenas se trocaram os papéis e as canetas por telemóveis e computadores. O resultado é o mesmo.