O ano passado a facturação do grupo de Miguel Paes do Amaral, que começou a operar em 2008, primeiro em Portugal, Angola e Moçambique, e depois no Brasil - integra 16 editoras portuguesas, duas africanas e uma chancela brasileira - foi de 90 milhões de euros, segundo a agência Lusa. Mas como o grupo editorial prevê para este ano no mercado nacional uma diminuição nas edições gerais, que incluem a produção editorial e as vendas, está a fazer “uma redução do seu plano editorial, com uma consequente redução de colaboradores nas áreas editorial, de marketing, comercial e de serviço de apoio a clientes”, disse uma fonte da administração do grupo à Lusa. Foi para estas declarações da administração que remeteu a direcção de comunicação do grupo quando contactada pelo PÚBLICO.
Ao contrário do que se passa em Portugal, o grupo editorial antecipa “um forte crescimento” no Brasil este ano, onde “prevê facturar sensivelmente o mesmo que em Portugal, Angola e Moçambique no seu conjunto”, disse ainda à Lusa a mesma fonte da administração.
O crescimento no outro lado do Atlântico não será apenas no volume de negócios previsto, mas também no de investimento. O “forte aumento nas actividades” exigirá um crescimento do quadro de pessoal no Brasil, passado dos actuais 600 trabalhadores (25 dos quais na área das edições gerais) para 700 até ao final de 2012 (o grupo tem em Portugal 520 funcionários).
O PÚBLICO sabe que Maria João Costa, editora da Livros D' Hoje, será um dos reforços no Brasil. Os outros colaboradores que passarão a trabalhar no Brasil dividir-se-ão em duas áreas: edições gerais e educação, “com especial enfoque no ‘e-learning’, isto é, nas áreas de conteúdos e plataformas digitais e ensino à distância”.
No mercado brasileiro desde 2009, o Grupo Leya viu no ano passado cinco títulos seus entre os 30 mais vendidos no Brasil, nomeadamente “Guerra dos Tronos”, de George R.R. Martin, o mais procurado na área de ficção, de acordo com o top publicado pela revista "Veja", tido como referencial.
“A área digital da LeYa tem de acompanhar o crescimento internacional”, disse a mesma fonte, que adiantou à Lusa a criação em Portugal de “cerca de 80 novos postos de trabalho na área da produção de conteúdos digitais e na área de ensino à distância”, onde o grupo opera com a marca UnyLeYa. Este segmento de negócio, salientou a mesma fonte, inclui “a venda da plataforma de conteúdos digitais da LeYa para diversos países”.