Há 20 mulheres com próteses mamárias PIP com cancro, dizem autoridades francesas

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Implantes PIP: o gel com que são cheios é de silicone industrial Eric Gaillard/REUTERS

“Até agora não foi estabelecida nenhuma imputabilidade entre estes casos de cancro e o uso dos implantes PIP”, diz um comunicado oficial, citado pela AFP.

Os cancros de que sofrem estas 20 mulheres, no entanto, são sobretudo tumores mamários: 15 são adenocarcinomas mamários, embora também haja três casos de linfoma, um adenocarcinoma do pulmão e uma leucemia mieloblástica.

Nunca foi possível estabelecer de forma científica uma relação entre as próteses de silicone e o desenvolvimento de cancro, se estas se romperem. O silicone usado nas próteses PIP, usadas por 400 a 500 mil mulheres no mundo inteiro, no entanto, não tem a pureza exigida para um dispositivo médico: é silicone industrial, muito mais barato.

A empresa que as vendia, Poly Implant Protheses (PIP), foi obrigada a fechar em Março de 2010 e está neste momento em processo de falência. Mas o seu proprietário, Jean-Claude Mas, é consultor de uma outra companhia, criada pelos seus filhos, chamada France Implant Technologie (FIT), que tem como objectivo produzir implantes mamários, noticiou o jornal francês “Nice Matin”.

No novo balanço das autoridades sanitárias francesas, faz-se ainda a conta ao número de rupturas denunciadas destes implantes, que são muito mais frágeis do que o normal: 1143, e 495 casos de reacções inflamatórias. Nas 672 remoções preventivas das próteses comunicadas à AFSSAPS, foram descobertas 23 rupturas e 14 casos de “transpiração” do gel de silicone para fora do saco em que devia estar contido.