Três dos cinco helicópteros do INEM podem deixar de voar à noite
Os cinco helicópteros ao serviço do INEM custam dez milhões de euros por ano, mas três deles poderão deixar de trabalhar à noite, altura em que a sua produção se tem revelado muito reduzida, segundo o presidente deste organismo.
Em declarações ontem à agência Lusa, Miguel Soares de Oliveira revelou que até ao final do ano deverá haver uma decisão sobre a manutenção, ou não, dos cinco helicópteros com os horários de funcionamento actuais de 24 horas por dia. "É preciso olhar para o actual mapa dos helicópteros e perceber se a realidade da sua actividade está de acordo com aquilo para o qual foram concebidos", disse.
Para já, os especialistas reconhecem que os três helicópteros ligeiros - estacionados desde Abril de 2010 em Macedo de Cavaleiros, Aguiar da Beira e Loulé - não estão a realizar os serviços que deviam, nomeadamente à noite e por dificuldades várias como a visibilidade ou as condições atmosféricas que limitam a sua actuação.
Estes helicópteros efectuam apenas transporte primário (do local do sinistro para o hospital) e custam anualmente 1,8 milhões de euros ao INEM. Já os helicópteros médios, estacionados em Lisboa e no Porto e que efectuam transporte primário e secundário (entre unidades de saúde) de doentes, custam dos milhões de euros por ano, mas a sua utilidade não tem sido posta em causa.
Segundo o presidente do INEM, apenas está a ser ponderado o fim do transporte nocturno dos helicópteros ligeiros, devendo manter-se o trabalho das viaturas médias durante a noite. "Enquanto pudermos, vamos sustentar este serviço. Agora, nas horas em que a sua utilização é mínima e o seu custo muito alto, há claramente que olhar bem para isto", adiantou.
A Liga dos Bombeiros Portugueses já se disponibilizou a compensar a eventual supressão deste serviço, através da cedência de mais ambulâncias de socorro a sediar nos seus quartéis.