Tepco pede ao Governo japonês ajuda de 6,8 mil milhões de euros para pagar indemnizações
Em Outubro, a Tepco (Tokyo Electric Power) já tinha pedido um avanço de 1011 mil milhões de ienes (9,9 mil milhões de euros), mas o seu objectivo é chegar até aos 1703 mil milhões de ienes (16,7 mil milhões de euros). A companhia justifica este pedido com o facto de o número de pessoas a indemnizar ter aumentado ao longo dos últimos meses.
O pedido foi apresentado ao fundo de distribuição de indemnizações pelos danos nucleares, informou a Tepco em comunicado. Este fundo foi criado pelo Governo para gerir as consequências da crise nuclear mais grave desde a de Tchernobil, há 25 anos na Ucrânia.
Causado pelo sismo e tsunami que devastaram o Nordeste do Japão a 11 de Março, o acidente de Fukushima levou à libertação de substâncias radioactivas no ambiente e forçou milhares de pessoas a abandonar as suas casas.
O Governo nipónico já deu o seu acordo no início de Novembro para que a Tepco receba cerca de 900 mil milhões de ienes (8,8 mil milhões de euros), correspondendo a um primeiro pagamento de indemnizações. Até agora, a Tepco já pagou mais de 2,2 mil milhões de euros em indemnizações às pessoas que tiveram de sair das suas casas. Mas a empresa tem sido criticada pela lentidão dos pagamentos.
Um painel de especialistas estimou em cerca de 4540 mil milhões de ienes (42,5 mil milhões de euros) o montante de compensações que a Tepco deverá pagar até Março de 2013. Na semana passada, vários jornais japoneses noticiaram que o Estado pretende assumir o controlo, indirectamente, de dois terços da companhia eléctrica.
Além das indemnizações às vítimas do acidente atómico, a empresa terá ainda de compensar a suspensão de quase todos os seus reactores nucleares e pagar o desmantelamento da central de Fukushima, uma operação gigantesca prevista durar 40 anos.
Hoje, o governador da província de Fukushima, Yuhei Sato, revelou ao presidente da Tepco, Toshio Nishizawa, que a província vai pedir que todas as centrais nucleares da região sejam fechadas, noticia a estação NHK. “Fukushima tem esperanças de construir uma sociedade que não dependa da energia nuclear”, disse Yuhei Sato.
Novas unidades para limpar detritos radioactivosTrês unidades experimentais deverão começar a funcionar em Janeiro na província de Fukushima para testar formas de reduzir a quantidade de material radioactivo no solo e em destroços que se têm acumulado em escolas e parques, noticia hoje a agência japonesa Kyodo.
Coordenadas pela Agência de Energia Atómica japonesa, as pequenas unidades serão construídas nas cidades de Okuma, Tomioka e Naraha. O solo tratado será depois depositado em estruturas de betão, estando prevista a monitorização dos níveis de radioactividade.
O objectivo é reduzir a contaminação radioactiva antes de o Governo autorizar o regresso dos moradores daquela região. Segundo o Ministério do Ambiente japonês, deverão estar acumuladas 342 mil toneladas de resíduos radioactivos nos cinco municípios em redor da central nuclear de Fukushima.