A terceira geração de um sucesso de vendas
O Panda é um carro pequeno, mas é tão importante que foi o patrão do grupo Fiat, Sergio Marchionne, a apresentá-lo à imprensa. João Palma esteve entre as centenas de jornalistas que tiveram o primeiro contacto com este citadino
O facto de Sergio Marchionne, líder do 6.º maior grupo fabricante de automóveis mundial, que inclui marcas como Ferrari, Maserati ou Chrysler, num gesto excepcional, fazer, em pessoa, a apresentação de um pequeno carro a uma audiência de 300 jornalistas, sublinha a importância do Panda, um dos carros mais vendidos do grupo Fiat. Esta 3.ª geração de um modelo com 31 anos estará à venda em Portugal no fim de Fevereiro/início de Março de 2012, com preços a começar abaixo dos 11.000€.
É um carro quase totalmente novo face à anterior geração, lançada em 2004 - até a plataforma, que se mantém, foi revista, com novos amortecedores e suspensão, para mais equilíbrio e conforto de condução. O Fiat Panda é pequeno, funcional, ágil no trânsito urbano, económico no preço e na utilização - as marcas parece que anteciparam a actual situação económica e o Panda, tal como o Volkswagen up! e o Seat Mii, é um carro feito por medida para esta conjuntura.
Para um carro novo, uma nova fábrica: a apresentação à imprensa do Panda foi feita na fábrica da Fiat em Pomigliano, nos arredores de Nápoles, uma unidade que foi completamente renovada, e onde se empregam os mais avançados processos de fabrico para produzir em exclusivo este pequeno mas muito importante modelo da Fiat (ou não fosse o Panda um dos líderes de vendas no segmento dos citadinos). Sintomaticamente, como Sergio Marchionne fez questão de sublinhar, esta fábrica, com capacidade de produção de 300.000 unidades anuais, está localizada numa das regiões mais deprimidas de um país em crise - um farol em tempos de escuridão.
Há os carros de sonho e aqueles que a maioria das pessoas acaba por comprar. Mas mesmo estes podem ir para além da sua função estritamente utilitária. É o caso do Fiat Panda. Do lado funcional, com 5 portas, 5 lugares e uma mala que vai dos 225 até aos 870 litros (com os bancos traseiros rebatidos), os seus 3,65m de comprimento e 1,64m de largura arrumam-se bem em qualquer pequeno espaço na cidade, com o auxílio da função City, que torna a direcção ainda mais leve e facilita as manobras (diâmetro de viragem, 9,3m). Os bancos, sem perder comodidade, são mais finos para ganhar espaço, os traseiros deslizam longitudinalmente (na posição mais à frente, a capacidade da mala sobe para 260 litros) e há vários espaços para guardar objectos no habitáculo. Ponto positivo: dispõe de roda sobressalente de emergência.
No que toca à segurança, obteve 4 estrelas nos testes do Euro NCAP, com 82% na protecção de ocupantes adultos, 63% nas crianças, 49% nos peões e apenas 43% nos dispositivos auxiliares de segurança. Neste último capítulo, foi penalizado por o ESP - controlo de estabilidade, oferecido em opção por menos de 400€, não ter sido considerado por não satisfazer os requisitos de 2011 do Euro NCAP. Este ESP opcional inclui auxílio ao arranque em subida e, em finais de 2012, terá um sistema semelhante aos dos Volkswagen up! e Seat Mii, que, a menos de 30 km/h, face a um obstáculo, trava automaticamente o carro, impedindo colisões.
Mas para além de ser um meio de transporte económico e funcional, o Panda acrescenta a isto linhas compactas e elegantes ao melhor estilo italiano e um interior a condizer, onde, apesar dos plásticos duros, os acabamentos são bons. No tablier, os visores estão circundados por uma moldura onde se integra a ventilação.
Dos três motores disponíveis, o 1.2 de 65cv e o 0.9 de 85cv, a gasolina, deverão constituir 80% das vendas e o 1.3 de 75cv, a gasóleo, o restante. Destaque para o propulsor TwinAir turbo de dois cilindros, a gasolina, com 875cc e 85cv, estreado no Fiat 500, mais pequeno, mais leve e mais eficiente, e com uma função Eco, para condução mais económica. Os motores 0.9 e 1.3 dispõem de sistema Start & Stop de paragem do motor e arranque automáticos. Os três propulsores vêm acoplados a uma caixa manual de 5 velocidades. Em finais de 2012 virá uma variante bifuel gasolina/GPL com base no motor 1.2, uma versão 4x4 e, em opção, uma caixa manual robotizada associada ao motor bicilíndrico.
O Fiat Panda terá dois níveis de equipamento: Open e Lounge. O nível de entrada é parco em equipamento, pelo que o grosso das vendas deverá ser no nível Lounge. Mesmo assim, o Open tem luz diurna e um rádio. O Lounge acrescenta, entre outras coisas, rádio/CD, ar condicionado e Start & Stop (com os motores 0.9 e 1.3). Em opção, o já referido ESP, um sistema de info-entretenimento e navegação amovível Blue&Me-TomTom Live (abaixo dos 500€), faróis de nevoeiro ou sensores de estacionamento, etc.