Pequim obriga utilizadores de rede social a dar nomes verdadeiros
O governo da província de Pequim anunciou hoje um controlo mais apertado na utilização de microblogues (sistemas de troca de mensagens instantâneas com um limite de 140 caracteres). A medida surge no seguimento de diversas críticas por parte do Governo, que aponta estes meios de comunicação de massas como canais de difusão de “rumores infundados” e “banalidades”.
As novas regras, publicadas no site oficial do governo de Pequim, dão aos utilizadores um prazo de três meses para actualizarem os perfis com os seus dados verdadeiros. A directriz abrange, não só utilizadores particulares, mas também as empresas que tenham contas em plataformas de microblogging e destina-se a regulamentar ainda mais a circulação de informação online.
O executivo da capital chinesa afirma ainda que os utilizadores que não acatarem esta norma irão enfrentar consequências legais. “Estas regras destinam-se a proteger os interesses dos utilizadores da Internet e a garantir a credibilidade deste meio de comunicação”, segundo um porta-voz não identificado do governo de Pequim, citado agência noticiosa Xinhua.
Wang Junxiu, comentador e investidor da Internet, afirma que não será fácil para o governo levar a cabo tal controlo. “Será muito difícil fazer cumprir esta norma, mas continua a ser claro que o controlo vai ser cada vez mais intenso”, afirmou em declarações à Reuters.
Segundo dados apresentados pela imprensa chinesa, no final de Novembro, há no país mais de 300 milhões de contas em serviços de microblogging, sendo a Sina Weibo (ferramenta semelhante ao Twitter) a plataforma com mais expressão (250 milhões de contas abertas).
Os conteúdos publicados por cada utilizador são já alvo de escrutínio por parte da administração chinesa, um controlo que foi reforçado em Outubro com a promessa de que a disseminação de informação “prejudicial” seria “severamente punida”.
Actualmente, a China detém o mais abrangente e sofisticado sistema de controlo de Internet no mundo. A imprensa de Hong Kong fez já eco da possibilidade destas medidas se estenderem às cidades de Xangai e Cantão.