Nuno Valério, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão, e António Cruz Serra, professor e presidente do Instituto Superior Técnico, são os dois candidatos ao cargo de reitor, deixado vago com a morte de Fernando Ramôa Ribeiro em Agosto passado.

Ambos os candidatos defendem que o projecto de fusão da Técnica com a Universidade de Lisboa é a melhor alternativa para a criação de uma grande universidade na capital, com dimensão para figurar entre as maiores do mundo. António Cruz Serra considera que as universidades estão “no limite da sustentabilidade” e que “quaisquer cortes adicionais conduzirão ao colapso” de muitos sistemas de funcionamento das instituições.

O candidato defende, por isso, que o financiamento público deve ser diferenciado em função da “qualidade do ensino ministrado e do nível de investigação” nas escolas. A fusão, concretiza, deverá resultar numa gestão “mais sustentável” mas que preserve a identidade de ambas as instituições.

Nuno Valério destaca a importância de no contexto da fusão se preservarem as actividades de cada uma das escolas que faz parte da Universidade Técnica, que deverão manter a sua “autonomia diferenciada e evolutiva”. O candidato defende que se adopte um “modelo de financiamento que não agrave, antes permita resolver” as dificuldades financeiras de serviços quer da Técnica quer da Clássica. Só com a garantia dessa e de outras condições é que Nuno Valério se compromete a recomendar ao Conselho Geral da Universidade a integração na nova “mega-universidade”.

Nuno Valério, de 58 anos, é desde 1975 professor no Instituto Superior de Economia e Gestão, onde se licenciou e doutorou em Economia. António Cruz Serra, que nasceu em Coimbra em 1956, licenciou-se em Engenharia Electrotécnica no Porto e doutorou-se no Instituto Superior Técnico, onde lecciona desde 1978 e a que preside desde 2009.

A decisão do Conselho Geral da Universidade Técnica sobre o novo reitor deverá ser anunciada na segunda-feira de manhã.