Cabovisão está à procura de compradores

Foto
Empresa não comenta rumores de venda Rui Soares

“A Cabovisão enviou cartas a alguns operadores e fundos a manifestar a sua intenção de ser comprada e sondando quem poderá estar interessado”, disse uma das fontes contactadas pela Lusa. A mesma fonte afirmou que ainda não há preços, mas negociações no caso dos interessados.

No mesmo sentido, outra fonte do mercado adiantou que o “processo não é de agora, já teve início no Verão, mas já está em fase avançada”.

A mesma fonte acrescentou ainda que os maiores interessados são “fundos e private equities internacionais.

Contudo, questionada pela Lusa sobre o assunto, a directora executiva da Cabovisão, Daniela Antão, diz que “não comenta rumores”.

Igual posição defendeu a Cogeco Cable, a quarta maior operadora canadiana, que controla a Cabovisão desde 2006, ao afirmar que não tem por hábito reagir a rumores do mercado.

Liderada desde Dezembro de 2009 por Martinho Tojo, a Cabovisão foi, a par da Sonaecom, uma das operadoras mais penalizadas com o maior ambiente concorrencial decorrente do spin-off da PTM [que deu origem à ZON] da casa-mãe Portugal Telecom (PT) em 2007. Viria também a enfrentar um novo adversário, o Meo da PT.

Com mais de 600 colaboradores, na sede em Palmela e nas 19 lojas, a Cabovisão tem vindo a perder clientes com impactos nos resultados financeiros da empresa.

No site da Cabovisão, a operadora lembra que iniciou atividade em 1993, com perto de 900 mil casas cabladas e mais de 800 mil serviços de telefone fixo, televisão por cabo e internet de banda larga activos em clientes.

“Com licenças para fornecer serviço de televisão por cabo a mais de 90 por cento dos lares nacionais e serviços de internet e de telefone fixo a todo o território nacional, a Cabovisão apostou no desenvolvimento regional de Portugal, disponibilizando serviços de telecomunicações onde outros operadores não o fizeram”, lê-se ainda na página de internet.

Depois da Ar Telecom, a Cabovisão poderá ser mais uma vítima da concorrência no sector.

No dia 10 deste mês, vários meios de comunicação social noticiaram que o serviço de apoio a clientes da Ar Telecom estaria a aconselhar os clientes residenciais a optar pela Zon, uma vez que a empresa ia deixar de prestar serviços no final do mês a este segmento.

A Ar Telecom tinha anunciado na quarta-feira que o negócio iria focar-se apenas no segmento empresarial.