A rede social queria obrigá-lo a identificar-se pelo primeiro nome, Ahmed, não permitindo que usasse o nome do meio e pelo qual é conhecido em todo o mundo, Salman.
O Facebook - que tem uma política restritiva no que toca a nomes - insistiu que Rushdie teria de se chamar Ahmed depois de desactivar a conta do escritor durante o fim-de-semana, alegando que a página era falsa.
Depois de Rushdie ter enviado para os responsáveis da rede social uma digitalização do seu passaporte, a conta "Salman Rushdie" foi reactivada sob o nome "Ahmed Rushdie".
Irritado, o escritor nascido em Bombaim encetou uma cruzada no Twitter para repor o nome pelo qual sempre foi conhecido em todo o mundo: Salman Rushdie.
"Querido #Facebook, forçar-me a mudar o nome de Salman para Ahmed Rushdie é como forçar J. Edgar a tornar-se John Hoover. Ou, caso F. Scott Fitzgerald estivesse no #Facebook, forçá-lo-iam a ser Francis Fitzgerald?", escreveu Rushdie via Twitter.
Diversos seguidores do escritor no Twitter ajudaram a espalhar a mensagem quando fizeram retweet dos seus posts (o escritor conta com mais de 100.000 seguidores nesta rede de microblogging) e, pouco depois, o Facebook mudava a conta para Salman Rushdie.
"Vitória! O #Facebook cedeu! Já sou o Salman Rushdie outra vez. Sinto-me muito melhor. Uma crise de identidade na minha idade não é uma coisa divertida. Obrigado, Twitter!", escreveu o autor de origem indiana.
Salman Rushdie viveu sob protecção durante muitos anos, depois de ter sido emitida contra si uma fatwa (decreto religioso) em 1989 pelo ayatollah Khomeini, do Irão, após a publicação do livro "Os Versículos Satânicos". Os muçulmanos classificaram o livro como uma blasfémia e, em todo o mundo, foram queimados milhares de exemplares da obra.