São sobretudo estudantes, entre os 25 e os 34 anos e ligeiramente mais homens do que mulheres - 10,3% dos portugueses entre os 16 e os 74 anos usaram este ano a Internet para encomendar bens e serviços, revelou o Instituto Nacional de Estatística.

Os dados - publicados ontem e resultantes do inquérito anual sobre o uso de tecnologias de informação pelas famílias (que auscultou 7175 agregados familiares) - mostram um aumento de 0,8 pontos percentuais no número de portugueses que recorrem à Internet para comércio electrónico: eram 9,5% em 2010.

A região de Lisboa, com 13,5%, é aquela em que a prática é mais frequente, seguida do Algarve (11,6%) e Alentejo (10,9%). Sem surpresas, são as faixas etárias mais jovens as que mais compram online: 19,2% destes cibernautas têm entre 25 e 34 anos e 16,3% têm entre 16 e 24.

Entre os homens, que habitualmente surgem ligeiramente à frente das mulheres na adopção de tecnologias de informação, 11,2% dos inquiridos disseram ter recorrido ao comércio electrónico, o que está 1,7 pontos acima das mulheres que responderam positivamente.

A diferença de utilização das tecnologias entre homens e mulheres foi também analisada no estudo Questões de género na participação digital, do investigador José Azevedo, da Universidade do Porto, que foi apresentado ontem, na Universidade Nova de Lisboa.

A investigação, diz a agência Lusa, indica que as mulheres recorrem menos à Internet do que os homens e fazem-no sobretudo para tarefas de trabalho e para actividades sociais, enquanto os homens tendem a focar-se no entretenimento e consumo de informação.

Entre as razões apontadas para as diferenças de género estão o facto de as tarefas domésticas ocuparem mais tempo às mulheres e de haver uma conotação masculina associada à tecnologia.

Os números do INE mostram ainda que 58% dos agregados familiares têm acesso à Internet, um indicador que tem vindo sempre a subir desde os 15,1% registados em 2002. Destes, praticamente todos (98%) têm Internet de banda larga.

Já entre as empresas, 95% usam Internet e 85,7% têm acesso de banda larga.