Estes dados foram divulgados por Ricardo Anaia, da consultora GfK, na apresentação "O Mercado dos Números" que fez no Congresso do Livro, que hoje terminou na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores.
Numa amostra de cerca 75 por cento do mercado, já que a Gfk trabalha com dados que recebe das grandes cadeias de livrarias e de distribuição (como os hipermercados), ficando de fora algum do retalho independente, durante os primeiros seis meses deste ano venderam-se em Portugal 6,2 milhões de livros. Em 2008 foram vendidos 13,8 milhões de livros. Em 2009, 14,3 milhões e em 2010, 14,6 milhões.
Este ano, até Junho, foram facturados pelo mercado livreiro português 70 milhões de euros. O ano passado a facturação foi de 170 milhões; em 2009, de 168 milhões e em 2008, foram facturados 156,3 milhões de euros.
Num país onde se editam 55 livros por dia (este número refere-se ao ano passado), compramos mais livros em Julho, para ler nas férias, e durante o período que antecede o Natal. Em Outubro, também há um pico de compra de material de apoio escolar (dicionários, gramáticas, etc).
Quanto a livros mais vendidos, vê-se que os portugueses compram mais ficção e a colecção infanto-juvenil "Uma Aventura" aparece no top em dois anos consecutivos. Por exemplo, no primeiro semestre do ano passado, entre os livros mais vendidos em Portugal estão "Uma Aventura no Pulo do Lobo", de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães (ed. Caminho); "D. Amélia", de Isabel Stilwell (ed. Esfera dos Livros); "Juntos ao Luar" e "A Melodia do Adeus", de Nicholas Sparks (ed.Presença), "Nunca me Esqueças", de Lesley Pearse (ed.Bis); "Eclipse", de Stephenie Meyer (ed.Gailivro); "Caderneta de Cromos", de Nuno Markl (ed. Objectiva) e "Aproveitem a Vida", do actor António Feio (Livros D'Hoje).
No primeiro semestre deste ano, entre os títulos mais vendidos surge "Uma Aventura na Ilha de Timor", de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães (ed. Caminho); "Diário de um Banana - Um Dia de Cão", de Jeff Kinney (ed. Booksmile) e " A Mentira Sagrada", de Luís Miguel Rocha (Porto Editora).
Em 2008, só um título vendeu mais de 100 mil exemplares e em 2009 e 2010 isso não aconteceu a nenhuma obra publicada em Portugal. Em 2008, dois títulos venderam mais de 50 mil exemplares e no ano anterior, doze títulos ultrapassaram a barreira da venda de mais de 50 mil exemplares. O ano passado só seis obras publicadas em Portugal ultrapassaram as vendas de 50 mil unidades.
O PÚBLICO viajou aos Açores a convite da APEL