Novo túnel estará totalmente concluído e equipado até ao próximo dia 11, mas ainda não tem data de abertura nem entidade gestora definidas

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, inclina-se mais para recusar a gestão do túnel rodoviário por debaixo da nova estação de metro de Santo Ovídio. Mas, se for feito um protocolo com transferência de verbas do Estado para a autarquia, a câmara admite ficar responsável pelo novo túnel, que ainda não foi inaugurado nem dispõe de data para o efeito. "Nós não aceitamos, de forma nenhuma, ficar com essa competência, a não ser que seja com protocolo", afirmou Menezes ao PÚBLICO. Para aceitar esse encargo, o autarca de Gaia diz que teria, primeiro, de dispor de "um conhecimento técnico dos custos" e de "uma transferência protocolada das verbas" necessárias.

O túnel rodoviário de Santo Ovídio foi construído pela Metro do Porto. Falta-lhe apenas receber o equipamento de videovigilância, combate a incêndios e ventilação. Ainda no exterior do túnel, no lado nascente, está por concluir um muro de contenção. Fonte da Metro do Porto explicou que conta entregar a obra, pronta, ao Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (InIR) até ao próximo dia 11.

Quando o novo túnel estiver a funcionar, os automobilistas passam a dispor de mais uma alternativa de passagem no sentido Avenida de República-A1, para além da via à superfície. Reabrirá ainda o trânsito no sentido A1-Avenida da República, que se poderá processar também ou pela superfície ou pelo túnel.

A Estradas de Portugal já descartou a possibilidade de gerir o túnel. "Não foi formalizado nenhum acordo que defina responsabilidades da Estradas de Portugal pela estrutura em causa e não há, nas imediações, nenhuma estrada que se encontre na rede concessionada à Estradas de Portugal", explicou. Já fonte oficial da concessionária Douro Litoral, responsável pelo troço entre o túnel e a A1, declarou: "A Douro Litoral está em contacto com as diferentes partes interessadas e, neste momento, não tem outro comentário a acrescentar." Por seu turno, o InIR não respondeu às questões colocadas via e-mail.

Circular do centro histórico

Menezes esteve ontem junto ao Estádio do Candal, onde lançou a primeira pedra da via panorâmica, que terá cerca de um quilómetro e integrará a futura circular do centro histórico, com cerca de três quilómetros. A circular deverá ficar pronta a seguir ao próximo Verão.

O autarca sublinhou que uma circular num centro histórico é algo que não existe em qualquer outra cidade portuguesa e descreveu esta obra como "uma das mais importantes" dos seus quatro mandatos "e manifestamente a mais importante neste mandato". A nova circular permitirá o acesso a parques de estacionamento e circulação de peões. Os condutores vindos da auto-estrada terão acesso directo ao centro histórico, às caves ou aos hotéis, assim como "a toda a rede de vias metropolitanas".