É, sem papas na língua, um Wiseman menor - espécie de gémeo do “La Danse” de 2009 sobre o Ballet da Ópera de Paris, aplicando a mesma estrutura (o acompanhamento da criação de um novo espectáculo) a uma produção do lendário cabaré parisiense Crazy Horse. Mas fica a sensação que Wiseman não conseguiu atingir a essência do local - é nos momentos “entre”, isto é, onde nada parece realmente estar a acontecer mas tudo se explica, que se costuma situar a chave do cinema de Wiseman: a acumulação de pequenos detalhes que revelam a humanidade de quem se filma. E não há em “Crazy Horse” momentos desses suficientes, substituídos pelo deslumbre da feira de ilusões que é o cabaré. Faz sentido, porque o Crazy Horse é um teatro de desejos, e o filme leva isso em conta - mas neste processo de atingir o desejo, Wiseman nunca mostra realmente o preço que ele exige.
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