Pelo menos uma coisa é de admirar genuinamente em Ken Loach: não desiste, não amolece, continua a fazer de cada filme uma investida contra o “statu quo”, o “sistema” (ou como lhe queiram chamar), às vezes com humor certeiro e sabotador (como em “It''s a Free World”, que por cá foi directamente para DVD, e é o seu melhor filme em muitos anos). Em “Route Irish” atira-se a um tema que - tão volátil é a “agenda mediática”... - praticamente desapareceu da vista: os negócios e as “oportunidades” paralelas à guerra/ocupação do Iraque, concretamente a questão das famigeradas “empresas de segurança” contratadas para trabalhar no terreno. É outro “filme-investigação” (argumento, como habitual, de Paul Laverty), vestido de “thriller”, mas desta vez a seriedade da sua atitude e a eventual justeza das suas implicações soçobram perante um cinema demonstrativo e ilustrativo, até um pouco cansado, que tem muito pouco para dar para além da vontade de denúncia. Pensamos: “sim, Sr. Loach, é capaz de ter muita razão, mas arranje lá um modo mais entusiasmante de no-la dar”, um modo que pelo menos nos diga mais qualquer coisa do que o que já nos disseram inúmeras reportagens jornalísticas sobre o tema.
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