O escritor João Ricardo Pedro é o vencedor do prémio LeYa 2011, com o romance "O teu rosto será o último", anunciou hoje o júri, presidido por Manuel Alegre, em Alfragide no edifício sede da editora.
Depois de no ano passado, o júri ter decidido não atribuir o prémio, invocando falta de qualidade dos textos apresentados a concurso, João Ricardo Pedro torna-se no terceiro escritor distinguido com o prémio, ao qual concorreram este ano 162 romances. "O teu rosto será o último" é o livro de estreia do autor, que não tinha até agora nenhuma obra editada, tendo sido escolhido por maioria. "É a minha primeira obra, a minha primeira tentativa de fazer qualquer coisa", diz ao PÚBLICO João Ricardo Pedro, revelando que estava confiante numa vitória. "Se não estivesse à espera, não tinha concorrido."
"É um livro arriscado e que facilmente toca as pessoas que o lêem e acho que o júri foi tocado", continua o escritor, que achava que podia ganhar, notando no entanto que não leu nenhuma das outras obras a concurso.
O júri foi constituído pelos escritores José Castello, Nuno Júdice e Pepetela; o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, José Carlos Seabra Pereira; Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo; e Rita Chaves, crítica literária e professora da Universidade de São Paulo.
O Prémio Leya foi criado em 2008 no sentido de distinguir um romance inédito escrito em português.
O prémio, de 100 mil euros - e que é o maior em valor pecuniário no domínio da literatura de expressão portuguesa -, foi criado em 2008 com o objectivo de distinguir um romance inédito escrito em português. Nas duas primeiras edições foi conquistado pelo brasileiro Murilo Carvalho, com a obra "O Rastro do Jaguar" (2008), e pelo moçambicano João Paulo Borges Coelho, com "O Olho de Hertzog" (2009).