Liberais de Donald Tusk são reeleitos na Polónia

Foto
Tusk celebra ao conhecer os primeiros resultados Peter Andrews/Reuters

Segundo uma sondagem realizada à boca das urnas e divulgada pela televisão polaca assim que os centros de voto encerraram (às 20h00 em Lisboa, uma hora a menos na Polónia), a Plataforma conseguiu 39,6% dos votos, deixando a uma grande distância o principal opositor, o partido Direito e Justiça (PiS, direita nacionalista), do controverso Jaroslaw Kaczynski.

A mesma sondagem, realizada pelo instituto TNS OBOP para a televisão estatal, dava ao PiS 30,1%.

Desde a democracia que nenhum partido era eleito para governar uma segunda legislatura no país, como acaba de conseguir Tusk. Liberal e pró-europeu (como cada vez mais são os polacos), Tusk baseou a sua campanha no crescimento económico que a Polónia (fora do euro) continuou a viver, enquanto muitos países da União Europeia se afundaram na recessão. Foi para continuar “um desenvolvimento estável” que pediu mais quatro anos.

“Quero agradecer a todos os que votaram em nós e aos que não o fizeram porque vamos partilhar a responsabilidade de liderar a Polónia mais quatro anos”, disse ontem, sorridente, no quartel-general do seu partido.

Jaroslaw Kaczynski, o conservador, nacionalista e eurocéptico de 62 anos, irmão gémeo do Presidente Lech Kaczynski, que morreu o ano passado num acidente de avião em Smolensk (Rússia), primeiro-ministro do país entre 2005 e 2007, apostou em denunciar o desgaste do Governo e defendeu que a “Polónia merece mais” do que as privatizações realizadas por Tusk.

A confirmarem-se os resultados da sondagem da televisão polaca, em conjunto, o PO de Tusk e o Partido do Povo Polaco, formação agrária que já era parceiro de coligação no Governo, vão ter votos suficientes para formar um novo executivo. Segundo as projecções, o PO consegue 212 lugares na câmara baixa (450 membros) e o Partido do Povo elege 27, com 8,2%.

Uma supresa chamada Palikot

A grande surpresa da campanha acabou por se confirmar como a grande surpresa das eleições. O recém-criado movimento de esquerda anticlerical do empresário e ex-deputado do PO Janusz Palikot conseguiu 10,1% dos votos com a defesa da legalização da marijuana e do aborto, dos direitos dos homossexuais e do fim das aulas de religião obrigatórias, isto num país onde a Igreja Católica mantém uma enorme influência na vida pública.


Em Gdansk, Lech Walesa, líder histórico do sindicato Solidariedade, disse ter votado na “na Plataforma Cívica, porque no momento actual não há melhor solução”.

Sugerir correcção
Comentar