Alibaba prepara “assalto” à Yahoo, o seu maior investidor
“Estamos muito interessados na Yahoo”, disse na passada sexta-feira Jack Ma, presidente do grupo Alibaba, numa conferência na Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia.
O interesse não é novo, mas rejuvenesce numa altura em que a Yahoo procura um novo presidente executivo (CEO), depois de no mês passado ter despedido Carol Bratz. No passado, as conversações com a ex-presidente executiva falharam devido a “problemas políticos”, e não financeiros, revelou Ma, citado pela agência Bloomberg.
Apesar das tentativas anteriores para recuperar uma parte da participação de 40% que a Yahoo detém no grupo Alibaba, o interesse da companhia chinesa passa agora por comprar “a totalidade” das acções do seu maior investidor.
Apesar de poder beneficiar da relação de longa data com a companhia norte-americana, o grupo Alibaba não é o único interessado.
“Estamos muito interessados na Yahoo porque o nosso grupo é muito importante para a Yahoo, e a Yahoo é muito importante para nós”, afirmou Jack Ma, acrescentando que “somos [Alibaba] provavelmente uma das poucas companhias que conhece realmente a Yahoo”. Porém, “há mais pessoas interessadas no negócio, e que também estão a falar com eles”.
Depois de liderar o segmento do e-commerce (comércio electrónico) na China, o grupo Alibaba, sediado em Hangzhou, pretende inaugurar um motor de busca, um dos serviços prestados pela Yahoo.
Desde que adquiriu parte da Alibaba, em 2005, a Yahoo tem perdido quota de mercado para as concorrentes Google e Facebook, enquanto o número de utilizadores de Internet na China cresceu cerca de cinco vezes para 500 milhões.
A desvalorização constante está a obrigar o motor de busca norte-americano a rever as suas opções estratégicas, num processo que pode durar “meses”, de acordo com uma nota assinada pelos co-fundadores Jerry Yang e David Filo, e pelo presidente Roy Bostock, citada pela Bloomberg.
Depois da declaração de interesse de Jack Ma, a Yahoo valorizou 5,8% no índice tecnológico Nasdaq na sexta-feira. As acções da companhia, avaliada em 16,6 mil milhões de dólares, já desvalorizam 21% este ano.