Dinheiro do Nobel vai para a família do premiado

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Ralph Steinman Rockefeller University Press

“A Fundação Nobel reconheceu Ralph Steinman pelas suas descobertas seminais relacionadas com as respostas imunitárias do corpo”, lê-se num comunicado da Universidade Rockefeller, onde Steinman trabalhava como imunologista e biólogo. “Mas a notícia tem um sabor amargo, porque também soubemos nesta manhã, através da família de Ralph, que ele faleceu há alguns dias depois de uma longa batalha contra o cancro.”

A fundação só soube da morte do cientista depois de atribuir o prémio. “Acabámos de saber da notícia. Só podemos lamentar que ele não tenha tido a alegria [de receber o prémio]”, disse na tarde desta segunda-feira o secretário do comité do Nobel, Göran Hansson, citado pela AFP, que garantiu que a Steinman continuaria a ser o galardoado. “Não vamos nomear uma nova pessoa, essa é a nossa decisão”, disse.

Steinman iria ficar com metade do valor do prémio, de um milhão de euros. A outra metade iria para o norte-americano Bruce Beutler, de 53 anos e para o francês Jules Hoffmann, 70 anos. No final do dia de hoje, depois de anunciarem que iriam olhar para o regulamento, o comité explicou que o dinheiro irá para os herdeiros de Steinman. "Vai ser como a família decidir", disse Annika Pontikis, porta-voz da Fundação Nobel.

Beutler e Hoffman foram premiados “pelas suas descobertas relacionadas com a activação do sistema imunitário inato”, refere o comité do Nobel. Já Steinman foi escolhido pela “descoberta das células dendríticas e o seu papel na imunidade adaptativa”.

O trabalho desenvolvido pelo cientista teve importância na luta contra o cancro de pâncreas. “A sua vida foi estendida utilizando a imunoterapia que ele criou, baseada nas células dendríticas”, lê-se no comunicado da Universidade.

Segundo a filha do cientista, Alexis Steinman, o pai não chegara a saber que estava a dias de ser galardoado com o Nobel. “Estamos todos muito emocionados que o trabalho intenso de muitos anos do nosso pai tenha sido reconhecido por um prémio Nobel. Ele dedicou a vida ao trabalho e à família e estaria verdadeiramente honrado”, disse Alexis Steinman, citada pela Reuters.

Notícia actualizada às 21h29

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