“A Interpol confirma as informações segundo as quais Saadi Khadafi, de 38 anos, foi visto pela última vez no Níger. Este mandado de captura constitui um aviso regional e internacional aos países vizinhos da Líbia e do Níger (…) para ajudarem na localização e detenção de Saadi Khadafi”, informou a organização com sede em Lyon, na França, em comunicado.

Saadi Khadafi, ex-futebolista, é procurado pelas novas autoridades líbias que o acusam de “usurpar bens através da força e de intimidação quando dirigia a federação de futebol líbia”, adiantou a Interpol.

“Como comandante das unidades militares que estiveram implicadas na repressão das manifestações de civis durante a revolta líbia, Saadi Khadafi está também sujeito à proibição de viajar e ao congelamento dos seus bens decretado pelas Nações Unidas em Março”, disse ainda a organização policial internacional.

“Este mandado de captura vai restringir significativamente a capacidade de Saadi Khadafi para se deslocar e atravessar fronteiras. É uma ferramenta poderosa que ajudará as autoridades a localizá-lo e a prendê-lo”, explicou o secretário-geral da Interpol, Ronald K. Noble.

Trata-se do primeiro mandado de captura emitido pela Interpol a pedido das novas autoridades líbias do Conselho Nacional de Transição (CNT), sendo que os anteriores que incidiram sobre o clã Khadafi foram emitidos a pedido do Tribunal Penal Internacional: a 9 de Setembro, a Interpol divulgou um outro “alerta vermelho” para o líder deposto Muammar Khadafi, o seu filho Saif al-Islam e o cunhado Abdallah Al-Senoussi, antigo chefe dos serviços de informação.

Saadi Khadafi encontrou refúgio no Níger a 11 de Setembro. O antigo futebolista, que possui uma reputação de playboy, tentou sem sucesso uma carreira profissional no desporto em Itália, antes de dirigir uma unidade de elite do Exército líbio.