LNEC vai fazer estudo sobre situação da escarpa dos Guindais
Avaliação foi encomendada pela empresa municipal portuense Gestão de Obras Públicas, "sem carácter de urgência"
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) está a avaliar o estado da escarpa portuense do Douro, entre as pontes Luís I e Dona Maria, a chamada escarpa dos Guindais. O estudo foi encomendado pela empresa municipal de Gestão de Obras Públicas (GOP) e não tem carácter de urgência.
O prazo dado ao LNEC para "aferir as necessidades de limpeza, arranjo [e] protecção, entre outras" foi de quatro meses, pelo que o estudo deverá estar concluído "até ao final de Dezembro", explicou ao PÚBLICO o Gabinete de Comunicação e Promoção da Câmara do Porto. A mesma fonte frisa que esta avaliação foi pedida "sem nenhum carácter de urgência", frisando: "Cabe ao LNEC analisar as necessidades de intervenção."
A escarpa dos Guindais ainda é habitada, apesar de as casas existentes no local estarem muito degradadas e rodeadas por vários espaços devolutos. O presidente da Junta de Freguesia da Sé, José António Teixeira, explicou ao PÚBLICO que os seis proprietários de habitações devolutas no Bairro da Tapada, na escarpa, "foram intimados pela câmara e têm um prazo para dizer se vão ou não demolir as casas". O autarca tem a esperança de que, se não houver resposta dos proprietários, a câmara assuma a responsabilidade e avance com a demolição. "Quero acreditar que a câmara tem interesse em demolir isto, porque manter aquilo como está não faz sentido nenhum", afirma.
A escarpa dos Guindais foi palco de uma derrocada, em Dezembro de 2000. Alguns meses depois, o alerta sobre a instabilidade no local levou a uma intervenção urgente, para reforçar a escarpa. José António Teixeira lembra também alguns incêndios que têm ocorrido naquela zona. "As pessoas que lá moram andam sempre com o coração nas mãos", diz.