Irene pode causar prejuízos acima dos 100 mil milhões de dólares

Foto
Irene têm uma velocidade de 169 quilómetros por hora, é um furacão de nível 2 NASA/Reuters

Os furacões são a forma mais potente dos ciclones tropicais – sistemas circulares que giram à volta de uma região de baixas pressões, com velocidades de vento variáveis.

Se os ventos se movimentarem a menos de 60 quilómetros por hora dão origem a uma depressão tropical. Ventos acima desta velocidade mas abaixo dos 120 quilómetros de hora passam a uma tempestade tropical. Acima destas velocidades o ciclone torna-se um furacão no Atlântico e no Índico ou um tufão no Pacífico. Os ventos do furacão Irene têm uma velocidade de 169 quilómetros por hora, o que na escala de furacões é um nível 2.

O olho do ciclone pode ter um tamanho entre oito e 192 quilómetros. Apesar de o centro ser calmo, é na extremidade do olho que os ventos são mais perigosos.

Os Estados Unidos estão na rota de muitos ciclones que se formam no Atlântico e dirigem-se para a região do golfo do México. Aqui, produz-se 25 por cento do crude do país e 15 por cento do gás natural. Em 2004 e 2005 uma série de tempestades obrigou a paragem de produção, o que na altura descontrolou os mercados.

As tempestades ameaçam também a agricultura na Jamaica, em Cuba e nos Estados Unidos. Em 2008, três ciclones destruíram plantações de açúcar e tabaco no valor de 10 mil milhões de dólares (6,9 mil milhões de euros).

Em 2004, a tempestade tropical Jeanne matou 3000 pessoas no Haiti, enquanto o furacão Mitch devastou em 1998 a Nicarágua e as Honduras matando dez mil pessoas. Uma das cidades norte-americanas mais vulneráveis a este fenómeno meteorológico é Nova Orleans, que tem uma rede frágil de diques. Em 2005, o furacão Katrina tornou-se no desastre natural mais dispendioso dos EUA, causando danos na cidade no valor de 80 mil milhões de dólares (55,22 mil milhões de euros).

O furacão Irene pode causar prejuízos superiores a 100 mil milhões de dólares (69 mil milhões euros), uma estreia na magnitude dos danos que estes fenómenos podem causar. Miami, Tampa e Nova Iorque estão na rota do ciclone, as cidades têm complexos luxuosos ou zonas caras como Manhattan. Se o ciclone de 1926, que embateu sobre Miami acontecesse hoje, causaria danos no valor de 140 mil milhões de dólares (97 mil milhões de euros).

Mas o furacão mais letal de todos aconteceu no oceano Índico, em 1970, quando matou 300 mil pessoas no Bangladesh.

Uma curiosidade: a palavra furacão em inglês é hurricane e deriva da palavra Hurican - o deus do mal para os índios da etnia Caribe, que viviam no arquipélago das Caraíbas.