O adeus a Amy Winehouse

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Funeral foi apenas para a família e os amigos, Amy foi cremada Reuters

A família pediu que o funeral, de tradição judaica, da cantora britânica Amy Winehouse fosse privado, longe das câmaras. Foi isso que aconteceu, ontem, em Londres. Mitch, o pai de Amy Winehouse - que morreu sábado à tarde, na sua casa, em Camden Town -, tentou afastar a tristeza da despedida lembrando histórias divertidas da infância da filha, mostrando como ela era forte e destemida.

"Boa noite, meu anjo, dorme bem. A mamã e o papá amam-te para sempre", disse, no final do elogio fúnebre, Mitch Winehouse, um antigo motorista de táxi que é cantor de jazz. Só amigos e familiares assistiram à cerimónia privada no cemitério de Edgwarebury, em Edgware, realizada pelo rabino Frank Hellner, em inglês e hebraico. Ouviu-se a canção de Carole King, "So Far Away", uma das favoritas de Amy. Seguiu-se a cremação em Golders Green.

Segundo o "Daily Mail", Amy Winehouse pediu para ser cremada e quis que as suas cinzas fossem misturadas com as da sua avó, Cynthia (uma das tatuagens que a cantora tinha no braço direito representava essa avó que morreu há cinco anos com cancro).

Os fãs respeitaram o pedido da família, apesar de alguns se terem misturado com os repórteres à entrada da cerimónia. Entre as 300 pessoas que estiveram presentes, segundo a BBC, encontrava-se o músico e produtor Mark Ronson, para quem a cantora foi "uma alma gémea, quase uma irmã", e a apresentadora de televisão Kelly Osbourne (filha do músico), que em homenagem se penteou como Amy se penteava, vestiu-se de preto e levou uma rosa branca. Também lá estiveram os membros da banda de Amy Winehouse, Zalon e Heshima Thompson.

Alguns dos fãs que se juntaram aos jornalistas tinham a mesma idade que Amy. À BBC, um deles, Jay, disse que "ela tinha estilo, ela tinha carisma. É muito triste, ela tinha uma vida à sua frente. Era diferente de todas as outras celebridades."

O cantor George Michael escreveu na sua conta de Twitter que Amy era "a vocalista com mais soul que este país já viu". No seu site, a artista Adele escreveu que ela abriu o caminho para cantoras como ela e que fez com que as pessoas ficassem entusiasmadas com a música britânica outra vez.

A autópsia de Amy foi inconclusiva e a polícia pediu exames complementares cujos resultados toxicológicos só serão divulgados daqui a quatro semanas. A cantora foi encontrada sem vida pelo seu guarda-costas, seis horas antes tinha-lhe dito que precisava de dormir. A polícia não encontrou drogas, nem nada de suspeito.

O namorado de Amy, o realizador de 35 anos, Reg Traviss, disse ao "The Sun" que estes três últimos dias têm sido um inferno. "É uma perda terrível e prematura e o que queremos agora é ficar em paz". O realizador, que partilhava a vida com Amy desde há dois anos, depois de ela ter tido um casamento atribulado com Blake Fielder-Civil (que não foi ao funeral porque está preso e não obteve autorização para sair da cadeia) de quem se divorciou em 2009, disse ainda: "Nos últimos tempos ela estava cheia de vida e muito optimista. Fazia exercícios todos os dias e ioga. Essa coisa terrível que aconteceu é como se fosse um acidente". Recentemente Amy Winehouse tinha tentado mais uma cura de desintoxicação (álcool e drogas, em 2007 ela sobreviveu a uma overdose), mas foi obrigada a anular a tournée que tinha agendado na Europa durante este Verão.

As vendas dos discos de Amy Winehouse - "Frank" (2003) e "Back to Black" (2006, cinco prémios Grammy)- aumentaram e entraram nos tops no Reino Unido. A procura dos álbuns da cantora aumentou 300 por cento nos pedidos online da FNAC, disse à Lusa o director de marketing das lojas em Portugal. Ainda não se sabe quando vai ser lançado o disco em que ela estava a trabalhar quando morreu.

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