José Fragoso: “Não vim alterar o perfil da TVI”
A conversa é dominada pelo tema RTP. Olhando para o passado recente, precisamente na RTP, José Fragoso afirma: “Estive três anos na RTP. O meu trabalho correu muitíssimo bem. Mantivemos os conteúdos da estação num patamar muito alto”.
E sobre as tarefas que agora o esperam em Queluz, diz que num canal líder há cinco anos não há muito a mudar, recusando repisar os passos de José Alberto Carvalho e Judite de Sousa que, na entrada da TVI, prometeram mudar a informação da estação. “Não vim para alterar o perfil. A TVI é um canal líder que quer mais e que está a fazer o seu investimento.”
Para Fragoso é natural que a ficção, grande pilar de suporte dos resultados do canal, continue a principal aposta. "É na ficção que a TVI tem a maior responsabilidade. Foi a ficção que fez com que chegasse à liderança sustentada. Há aqui um trabalho notável reconhecido fora e dentro da estação. Olhamos para esta área de uma forma muito optimista”, diz Fragoso, não negando que a oferta do canal na área da ficção se diversifique: “Essa intenção de apostar na diversidade eu já a encontrei. Temos um conjunto de autores e actores muito alargado. É importante que possam variar o registo”.
E admite também que outras áreas possam ser buriladas: “A programação da TVI tem uma força quase natural. Mas há áreas que têm decerto de ser mais trabalhadas no meu ponto de vista, por exemplo o entretenimento” diz sobre uma pasta que ficará também a cargo de Bruno Santos, ex-subdirector de programas da RTP que transitou com o mesmo cargo para a TVI no final de 2010.
Sobre o crescimento do sector cabo que, nos últimos meses e no conjunto de todos os canais, já tem mais audiência do que qualquer generalista isoladamente, Fragoso não vê qualquer perigo. “A TVI é a estação com mais audiência. Não deixa de ser líder por causa do cabo”. E vê também no crescimento da SIC “um cenário desafiante”. “Não temos o mesmo tipo de oferta. Um cenário competitivo é bom, é estimulante, transmite mais vibração.”
Não aceita que se coloque a hipótese de uma receita de sucesso que se esgote a médio prazo. E frisa que a liderança da TVI está para durar. “Não há esgotamento de coisa nenhuma. Nem há interrupção de liderança. A TVI será o canal preferido dos portugueses por mais 60, 80 anos.”