Luís Bernardo, que assessorou nos últimos seis anos José Sócrates e que antes tinha assessorado António Guterres, enquanto primeiros-ministros, está agora ao lado de António José Seguro. Mas garante que a sua participação nada tem a ver com trabalho de assessoria. "Estou a ajudá-lo, mas não faço parte da estrutura privada da sua campanha", declarou Bernardo.

Ao que o PÚBLICO apurou, a participação do ex-assessor de Sócrates não foi, contudo, bem vista junto de algumas pessoas da candidatura de Seguro. Num primeiro momento causou alguma perplexidade, num segundo momento foi "um bocadinho mais estranho ainda", adiantaram ao PÚBLICO fontes da candidatura.

Confrontado com o seu envolvimento na candidatura adversária de Francisco Assis - apoiado por grande parte do núcleo duro do anterior secretário-geral -, Bernardo diz que nunca sentiu "nenhum tipo de hostilidade" por aparecer nas acções de campanha e não entende por que é que, tendo sido assessor de Sócrates, não pode agora "ajudar" o seu amigo e candidato a secretário-geral do PS.

"Se tivesse sido ministro ou secretário de Estado, até entendia, agora eu fui assessor do [ex-]primeiro-ministro...", justifica. "Não tenho feitio para fingir aquilo que não sou, assumindo uma posição neutra." M.G.