Depois de, no "Almoço de 15 de Agosto", ser um panhonha de quem quatro velhotas faziam gato-sapato, Gianni di Gregorio é agora um panhonha reformado de quem todas as mulheres que lhe passam pela frente, da mãe à filha passando pelas vizinhas e ex-namoradas, faz gato-sapato. "Gianni e as Mulheres" actualiza a truculência e a mordacidade da comédia italiana clássica com um registo observacional que esvazia os lugares-comuns da sedução e do romance e aborda com particular pungência a questão do envelhecimento. Tem os mesmos problemas do "Almoço..." (nomeadamente a sensação de que estamos a ver uma piada esticada ao limite), amplificados pelo facto de, agora, não haver "efeito surpresa" que os minimize. Mas, pelo meio, passa um desencanto e uma melancolia que o desenham como um filme mais ambicioso e menos casual, que promete mais do que é capaz de cumprir mas também explica que Gianni di Gregorio não é homem de um só filme.
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