Principal líder do cartel de droga "Familia Michoacana" detido no México

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"El Chango" assumiu a liderança da "Família" no ano passado Bernardo Montoya/reuters

Um golpe "esmagador" para um dos mais violentos cartéis de droga do México, o "Familia Michoacana": o seu principal líder foi detido pelas autoridades mexicanas na terça-feira.

José de Jésus "El Chango" Mendez foi encontrado na cidade de Aguascalientes, no Centro do país, e foi capturado numa operação que o Presidente do México, Felipe Calderón, já classificou como um "grande golpe da polícia federal ao crime organizado". Na sua conta de microblogging Twitter, Calderón felicitou a polícia federal mexicana por ter capturado "um dos criminosos mais procurados".

"El Chango" assumiu a liderança da organização criminosa quando, em Dezembro passado, Nazario Moreno González, conhecido por "El mas loco" e coordenador do cartel, foi morto pela polícia mexicana. Desde essa altura, "El Chango" tornou-se o número um da "Familia" mas tornou-se também um dos narcotraficantes mais procurados pelo Governo mexicano. O México chegou a oferecer mais de um milhão e meio de euros a quem o capturasse.

"Com esta captura aquilo que sobrava do comando de estrutura desta organização criminal foi destruído", disse aos jornalistas Alejandro Poiré, porta-voz do Governo para assuntos de segurança, citado pela AFP.

O cartel "La Familia", sediado no estado mexicano de Michoacan, obteve grande visibilidade nacional quando, em 2006, lançou cinco cabeças decapitadas de membros de um gang rival na pista de dança de uma discoteca, recordou a CNN.

Esta organização tem características peculiares, caracterizando-se por um forte pendor religioso. Aqueles que são recrutados para fazer parte do cartel têm de ler os ensinamentos de "El Chango", que passam até por interpretações bíblicas.

Enquanto muitos vêem a captura como um possível "ponto de viragem" para a organização, outros acreditam que o vazio do poder na liderança do cartel pode levar a mais derramamento de sangue, com uma luta pelo controlo do negócio.

Em Dezembro de 2006, o Presidente Calderón mobilizou mais de 50 mil militares para combater os narcotraficantes. Desde aí, já morreram mais de 30 mil pessoas em conflitos relacionados com o narcotráfico. Luísa Teixeira da Mota

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