BCE mantém previsão da inflação acima dos dois por cento

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Autoridade liderada por Trichet promete manter-se vigilante sobre evolução dos preços Moritz Erbs/Reuters

No relatório mensal, hoje divulgado, a instituição liderada por Jean-Claude Trichet assegura que “fará tudo o que for necessário para que a recente evolução dos preços não dê origem a pressões inflacionistas generalizadas”.

Em Maio, a inflação recuou em 0,1 pontos percentuais, para 2,7 por cento, face ao mês anterior, reflexo, nota o BCE, dos preços mais elevados das matérias-primas e das energias. Para os próximos meses, soma-se o risco de os aumentos dos impostos indirectos e dos preços “serem superiores aos actualmente pressupostos”, face à implementação de medidas de correcção orçamental com que os países da zona euro se comprometeram com Bruxelas.

Para os 12 meses do ano, as projecções medidas pelo Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC) apontam para uma inflação no intervalo entre os 2,5 por cento e os 2,7 por cento registados no último mês.

O conselho do BCE, que na última reunião de Junho manteve as taxas de juro de referência inalteradas (depois de uma subida para 1,25 por cento em Abril), deixa a garantia de que se manterá vigilante para evitar que as taxas de inflação escalem para os dois por cento.

Apesar de temer que a subida da inflação se traduza “em efeitos de segunda ordem no comportamento de fixação de preços e dos salários” nos próximos meses, para o próximo ano, o intervalo estimado é “um pouco mais estreito”, entre os 1,1 por cento e os 2,3 por cento.

Para chegar a este cálculo, o IHPC pressupõe que os preços do petróleo baixem ligeiramente em 2012 e que as taxas de juro de curto prazo aumentem, “em consonância com as expectativas do mercado”. As projecções, nota o BCE, reflectem “a perspectiva de que as recentes taxas de inflação elevadas não conduzem a pressões inflacionistas mais generalizadas na zona euro”.

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