CDS dá apoio unânime a Paulo Portas para assinar acordo com PSD
A decisão foi anunciada por João Almeida, porta-voz da comissão política nacional, no final da reunião que durou duas horas. Paulo Portas cumpriu assim uma formalidade no partido, já que a sessão pública de assinatura do acordo com Passos Coelho está marcada para esta quinta-feira e a comissão política é dominada por Paulo Portas.
Ontem, à saída da audiência com o Presidente da República, Paulo Portas sublinhou que PSD e CDS chegaram a acordo sobre muitíssimas matérias, que “são as essenciais para a governação do país”. O líder centrista afirmou que o trabalho para compatibilizar os programas dos dois partidos foi feito “sem paragens” e que as duas forças políticas fizeram “esforços de aproximação e de compromisso”.
Esta quarta-feira à tarde, numa entrevista ao “Financial Times”, Passos Coelho revelou que a privatização da RTP e das Águas de Portugal vai avançar. Mas nada disse sobre a privatização da Caixa Geral de Depósitos, uma ideia a que Paulo Portas se opôs de forma mais veemente.
O acordo programático, que servirá como base a um futuro programa de Governo, é um documento extenso e resulta de uma aproximação entre as propostas dos dois partidos, sem entrar em muitos detalhes. As medidas em concreto ficarão para o futuro programa de Governo.
No caso do acordo político, os termos não deverão ser muito diferentes do que foi assinado por Paulo Portas e por Durão Barroso, em 2002. Mas é certo que há, pelo menos, uma excepção da votação solidária da bancada centrista para a eleição do Presidente da Assembleia da República que ficou fora do consenso entre democratas-cristãos e sociais-democratas.
Na próxima semana, deverá ser convocado um conselho nacional para analisar os resultados eleitorais, mas em que certamente estará em cima da mesa o acordo de coligação assinado com o PSD. Será, assim, a terceira vez que Paulo Portas reúne os órgãos do partido para consultas sobre a aliança com o PSD desde as eleições de 5 de Junho.