Eurogrupo adia resposta à dívida grega para a próxima semana
No encontro do Eurogrupo, os responsáveis das finanças dos 17 países da zona euro limitaram-se a avaliar “vários cenários possíveis”, adiantou à agência Lusa, em Bruxelas, uma fonte diplomática presente na reunião.
Uma das questões em cima da mesa que mais separa a posição do Banco Central Europeu (BCE) e alguns Estados-membros tem a ver com a forma de participação de credores privados no novo pacote de assistência.
A expectativa do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, é a de ter finalizada a resposta europeia já a 20 de Junho, dia em que os ministros das Finanças voltam a reunir, mas só uma aproximação entre a posição do supervisor bancário e aquilo que defende a Alemanha – apoiada pela Holanda e pela Bélgica – ditará uma decisão final.
De um lado, está o BCE, que considera que a inclusão de credores privados (bancos, fundos de pensões ou seguradores) no novo pacote deve ser realizada numa base “puramente voluntária”. Do outro, defende-se uma participação substancial dos credores no montante que Bruxelas venha a decidir para Atenas – que o ministro belga das Finanças, Didier Reynders, situou hoje em 25 mil milhões de euros, face a um total de 80 mil milhões (o pacote acordado em Maio do ano passado para três anos, entre Atenas e a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, situa-se nos 110 mil milhões).
O homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, avisou que a participação do sector privado é crucial para o programa de assistência suplementar ser accionado, embora não tenha ido tão longe quanto o ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, que definiu no Parlamento holandês o patamar de 30 por cento como mínimo para o envolvimento dos credores.
A proposta belga, segundo referiu Didier Reynders, fica precisamente dentro desse valor, nos 31 por cento.