Ministros da NATO aprovam mudança no comando de Oeiras
Ministros da Defesa discutiram reforma da estrutura de comandos da Aliança. Comando de Oeiras deverá passar a comando operacional naval
A Aliança Atlântica chegou ontem a acordo quanto à extinção do Comando Conjunto de Oeiras, que será substituído por um comando operacional, que ficará na dependência directa do comandante das Forças Aliadas (Saceur).
A decisão foi tomada durante um jantar de trabalho dos ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas, e coloca um ponto final nas negociações para a reforma dos comandos e agências desta organização de defesa militar, que integra 28 países.
O novo comando que Portugal irá receber é o Strikfornato, responsável por uma força marítima de reacção rápida, que comanda várias forças navais, entre as quais a VI Esquadra dos Estados Unidos.
Para contrabalançar a mudança de Oeiras de um comando regional para um comando operacional, admitia-se também a deslocalização da Escola de Sistemas de Informação e Comunicações da NATO, que até agora está sediada em Roma.
Esta solução parece ir na linha das actuais expectativas do Governo português. Augusto Santos Silva definia ontem como objectivo para a reunião de Bruxelas a permanência de "uma bandeira da NATO num comando da NATO em Portugal", além da continuação de "uma presença significativa de entidades da NATO em Portugal". E admitia mesmo que "continue e até que se reforce a presença de entidades da NATO em Portugal".
Oeiras tem um comando da Aliança Atlântica desde 1971, que já conheceu diversos nomes e configurações estratégicas. O primeiro desses comandos era o Comiberlant, responsável pelo flanco sudoeste da NATO (Sul da Europa e Norte de África).
O nome do comando mudou para Cinciberlant, em 1982, Cincsouthlant, em 1999, e Comando Conjunto de Lisboa, em 2003. Desde 2009, este comando era liderado pelo tenente-general francês Phillipe Stoltz.
Entre as acções mais relevantes conduzidas nos últimos anos pelo comando de Oeiras está a operação Escudo Oceânico, contra a pirataria ao largo da Somália, no Oceano Índico, e na qual têm participado regularmente navios de guerra portugueses. PÚBLICO/Lusa