Petróleo volta a subir para níveis acima dos 100 dólares
“Não conseguimos chegar a acordo. Este foi um dos piores encontros que já houve”, disse hoje o ministro para o Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi.
O barril de Brent (petróleo do Mar do Norte) está hoje a cotar acima dos 118 dólares.
A Arábia Saudita, o maior produtor de crude no âmbito da OPEP, tinha sido um dos países a avançar com uma proposta para a subida da produção desta matéria-prima, que foi hoje discutida pelos Estados-membros da organização.
A proposta, feita pelos quatro países árabes do Golfo Pérsico, apontava para uma subida da produção de petróleo em 1,5 milhões de barris por dia, para um total de 30,3 milhões de barris diariamente, incluindo o Iraque que não está associado às quotas da OPEP.
No entanto, dos 12 Estados-membros da organização, sete rejeitaram esta possibilidade, nomeadamente a Líbia, Argélia, Angola, Equador, Venezuela, o Irão e o Iraque.
Em causa está o facto de não haver certezas neste momento sobre como irão evoluir as necessidades de petróleo. “Não sabemos como irá ser a procura nos próximos meses”, afirmou o ministro do Petróleo do Equador, Wilson Pastor, questionado sobre a rejeição da proposta.
A falha em chegar a um acordo sobre a subida de produção de petróleo pode ter efeitos negativos para os países industrializados que dependem da compra desta matéria-prima, numa altura em que os preços têm vindo a subir.
O próximo encontro da OPEP vai ser no dia 14 de Dezembro. A Arábia Saudita, o único país com capacidade disponível de reservas de petróleo, já anunciou que vai aumentar a produção unilateralmente.
O secretariado-geral da OPEP em Viena prevê que a procura de crude no segundo semestre deste ano será superior em 1,7 milhões de barris por dia à produção do cartel da OPEP.
AIE desapontadaConfrontada com a decisão da maioria dos membros da OPEP, a Agência Internacional de Energia mostrou hoje desapontamento e alerta para os efeitos negativos na economia.
"Um aperto maior do mercado e potenciais subidas dos preços poderão prejudicar a recuperação económica, o que não é do interesse dos produtores e dos consumidores", salienta a AIE, num comunicado hoje divulgado.
A agência salienta também que foi com "desapontamento" que soube da decisão tomada pela OPEP, de não aumentar a quantidade de petróleo disponível no mercado.
"Problemas no fornecimento actual [de crude], bem como o estado frágil da economia mundial, tornam necessária uma subida rápida no fornecimento, numa base competitiva, que permita às refinarias aumentarem a respectiva produção e ir de encontro à subida sazonal da procura", acrescenta a AIE.
A agência conclui que está a postos para "trabalhar com os governos Estados-membros e de outros países para assegurar que os mercados estão a ser bem fornecidos".
Notícia actualizada às 17h25