Jerónimo de Sousa elogia “táctica eleitoral” da direita

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“A direita seguiu uma táctica eleitoral inteligente, capitalizou toda a política de direita que o PS executou”, admitiu após um almoço com trabalhadores da câmara de Palmela. E juntou ao mérito destes, o demérito dos socialistas: “Acho que há aqui uma responsabilidade muito grande do PS, que foi assando as castanhas, queimando os dedos e permitindo que a direita as coma.”

Sobre a campanha realizada pela CDU, afirmou ter encontrado “desânimo a par de muita aproximação” de portugueses em relação às propostas da coligação. E assinalou um “ganho” dos mais de 5 mil quilómetros feitos na estrada: “Fazer com que as pessoas voltem a acreditar que há uma alternativa.”

Deixou ainda um aviso sobre o futuro do PS e os interesses do grande capital: “Os centros de decisão do capital têm um problema para resolver que é: querem que a direita vença, mas receiam que a direita, mesmo tendo mais força eleitoral, não tenha força social suficiente para impor essas medidas draconianas [acordo coma troika]. E daria jeito um PS, eu não diria participativo ou integrante de um Governo. Mas pelo menos, um PS neutralizado, que neutralizasse aqueles milhares de socialistas, de gente que vai sofrer pela a política de direita, e que naturalmente vai reagir. Ter o PS neutralizado, não é a mesma coisa de ter o PS na oposição.”

Foi ao passado explicar porquê. “Já vi grandes maiorias absolutas que passados uns meses acabaram derrotadas pelo voto ou pela luta.” E criticou PSD e CDS por estarem já a discutir a distribuição de ministérios no próximo Governo. “Estão mais preocupados em distribuir postas e pastas do que em enfrentar os problemas que afectam os portugueses.”

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