Manifestantes bloquearam acesso ao Ministério das Finanças em Atenas
O pano foi pendurado a partir do telhado do Ministério das Finanças e os manifestantes da Frente de Luta Sindical (PAME), próxima do Partido Comunista (KKE), não sabiam ainda quando desbloqueariam a entrada daquele organismo.
O protesto ocorre depois de ter sido convocada para 15 de Junho a terceira greve geral na Grécia este ano contra as medidas de austeridade impostas ao país desde Maio de 2010, em troca de um empréstimo internacional concedido pela zona euro, pela Comissão Europeia (CE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este protesto ocorre depois de ontem se ter sabido que o Governo grego concordou com novos cortes de 6400 milhões de euros para ajudar a reduzir mais o défice deste ano e que pretende apresentar hoje no Luxemburgo os principais aspectos do novo plano orçamental a médio prazo ao presidente do Eurogrupo (o grupo de ministros das Finanças da zona euro), Jean-Claude Juncker, com vista a receber um novo pacote de resgate financeiro de 60 a 70 mil milhões de euros da UE e do FMI.
Entre as exigências da troika internacional à Grécia para avançar com mais dinheiro encontra-se ainda um plano de privatizações.
Privatizações de portosOs planos do Governo maioritário do Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK) prevêem a concessão imediata de dez por cento da operadora de telecomunicações grega OTA à Deutsche Telekom, e ainda a privatização dos portos de Atenas e de Salónica, e do Banco Postal.
A operadora de jogos OPAP e o grupo de energia DEI-PPC (Electricidade da Grécia) estão também incluídos na lista de privatizações previstas até 2013.
A lista de vendas, acompanhada por uma série de medidas suplementares de rigor, sobretudo fiscais, está a ser aplicada pelo Governo após a ameaça de congelamento da ajuda financeira concedida pela UE e pelo FMI a um país muito endividado e banido dos mercados.
O plano deverá estar concluído nos próximos dias para ser apresentado no parlamento antes da cimeira europeia de 23 e 24 de Junho, onde a crise da dívida grega será um dos temas em discussão.
Sob o lema “Não vendemos, não estamos à venda”, a greve geral de 15 de Junho vai incluir desfiles de protesto nas principais cidades do país.