Kasper Schmeichel tem uma herança pesada
O seu pai, Peter, foi a primeira escolha para a baliza dinamarquesa por 129 vezes e ajudou o país a conquistar o Europeu de 1992, mas, desde que disputou o seu último jogo pela selecção em 2001, a Dinamarca tem tido dificuldades para encontrar um substituto à altura.
Foi preciso uma defesa com uma mão em Janeiro, frente ao Arsenal, num jogo da Taça de Inglaterra, para Kasper captar a atenção do seleccionador dinamarquês Morten Olsen. Apesar do jovem de 24 anos estar na equipa para o encontro deste sábado frente à Islândia, a contar para o Grupo H de qualificação para o Euro 2012, é provável que fique no banco. Nos últimos tempos, Thomas Sorensen (Stoke City), Jesper Christiansen (Elfsborg) e Stephan Andersen (Brondby) têm tentado substituir Peter Schmeichel, com Sorensen a assumir o lugar sempre que está em condições.
Mesmo que Kasper consiga conquistar a camisola número 1 da Dinamarca num futuro próximo, terá sempre de estar atento, porque o país continua a produzir guarda-redes talentosos. “Temos quatro guarda-redes que podem chegar lá”, diz à Reuters Jan Rindom, treinador de guarda-redes da federação dinamarquesa.
Rindon não acredita que a relativa falta de altura (1,85m) de Kasper seja um problema. “Se um guarda-redes defender as bolas, a altura não será um problema. Mas também depende da forma como joga a equipa. Se a equipa jogar mais defensivamente e convidar o adversário a atacar, vão aparecer mais bolas na área e aí é preciso um gaurda-redes alto”, observa Rindon.
Enquanto Peter foi cinco vezes campeão inglês e uma vez campeão europeu com o Manchester United, o Schmeichel mais novo tem tido uma carreira de pára-arranca. Foi várias vezes emprestado pelo Manchester City, antes de se fixar no Leeds, onde imediatamente conquistou o lugar com uma série de grandes exibições. Mas foi aquela defesa com uma mão, frente ao Arsenal, a um remate de Denílson que colocou o nome Schmeichel de novo nas páginas dos jornais ingleses.
Apesar de ser pouco provável que Olsen lhe dê uma oportunidade em Reiquejavique, ele está impressionado com Kasper e uma estreia na equipa nacional não estará muito longe. “Ele está aqui para ter um gosto da equipa A. Temos acompanhado a sua evolução e ele merece o lugar”, frisou o seleccionador dinamarquês.