Profissionais do D. Estefânia alertam para risco de aumento de mortalidade infantil

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Dezenas de profissionais e cidadãos concentraram-se na entrada principal do hospital, num protesto marcado pelo silêncio Enric Vives-Rubio

Durante cinco minutos, algumas dezenas de profissionais e cidadãos concentraram-se na entrada principal do hospital, num protesto marcado pelo silêncio.

Em declarações ao PÚBLICO, o pediatra Mário Coelho, da Plataforma Cívica em Defesa do Património do Hospital, classificou a decisão como um abuso aos direitos das crianças e das grávidas.

Em causa, refere, pode estar o aumento da mortalidade infantil. “Com esta mudança as grávidas passam a ter os bebés noutro hospital e depois serão transportados pelo INEM para serem operados aqui. O ministério não se lembrou que o transporte de recém-nascidos em grave risco aumenta a mortalidade”, refere o pediatra.

O profissional referiu ainda que é “insustentável num país civilizado fechar o único hospital pediátrico especializado na capital”. Aos profissionais do hospital, Mário Coelho afirmou que não foi dada qualquer tipo de explicação e lamentou a falta de diálogo por parte do ministério da Saúde.

Face aos protestos, o ministério da Saúde veio já desmentir a situação, afirmando que a única medida prevista é a rentabilização dos recursos comuns das duas maternidades. Em comunicado, o ministério explica que as equipas que asseguram as urgências na Maternidade Magalhães Coutinho (Hospital D. Estefânia) passam a assegurar essa mesma urgência também nas instalações da Maternidade Alfredo da Costa.

Confrontado com esta comunicação, o médico Gentil Martins, membro do movimento, afirma não entender como é possível continuar a assegurar os partos no Hospital D. Estefânia se os médicos da unidade vão passar a estar de serviço noutra maternidade. “Esta nota quer fazer de conta que tudo fica bem”, refere.

Notícia actualizada às 16h43
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