Passos: "Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos"
À hora de almoço, Passos recentrou o seu discurso para responder às críticas do PS e de José Sócrates de que pretenderá exigir mais sacrifícios aos portugueses se ganhar as eleições. "Aqueles que nos conduziram a esta situação, esses pensam que somos nós que queremos castigar, com demasiadas medidas difíceis", afirmou.
E deixou uma frase em jeito de pergunta: "Andaram um ano a dizer que não eram necessárias mais medidas, mas são eles que querem meter medo a Portugal dizendo que é o PSD que vai castigar o país? Mas o povo português já aprendeu o preço da incúria, da ilusão, do disfarce e do faz-de-conta. O país não tem medo dos sacrifícios."
No distrito em que concorre Paulo Portas, líder do CDS, Passos não lhe dedicou uma palavra, mas abordou um tema que é caro aos democrata-cristãos: a fiscalização na atribuição de prestações como o Rendimento Social de Inserção. “Não podemos premiar com dinheiro os que fazem batota e depois penalizamos aqueles que querem trabalhar e produzir”, afirmou.
As críticas a Paulo Portas ficaram a cargo de Hermínio Loureiro, presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e membro da Comissão Política Nacional. “Paulo Portas dedica nos comícios tanto tempo ao eng. Sócrates como a Pedro Passos Coelho. Quem é o seu adversário? José Sócrates ou Pedro Passos Coelho?", questionou. “Nós no PSD sabemos quem é: é o PS e o engenheiro Sócrates. Não vamos perder energias com questões acessórias. O essencial é a mudança e uma maoria clara para salvar Portugal. Não podemos correr riscos”.
Na resposta a Portas, que acusou Passos de ser condescente com os “caciques” dos autarcas do PSD, Hermínio Loureiro fez um elogio aos eleitos locais, dizendo que não podem ser vistos como um problema porque “são o melhor exército que um primeiro-ministro reformista pode ter”.
O convidado do almoço em Oliveira de Azeméis foi António Nogueira Leite, economista e membro do Conselho Nacional do PSD, que preveniu que o país vai passar “por tempos muito difíceis e avisou que “os credores a quem Portugal, infelizmente, pediu ajuda não tolerarão falhas”. “Não tolerarão este comportamento patológico de mentir por sistema. Exigem rigor, trabalho e algo que não tenho ouvido falar: humildade”. Algo que não vê em José Sócrates.
“Não podemos ter como primeiro-ministro alguém que tem uma verdade às nove da manhã, outra às 10, outra às 11, outra à noite e volta à verdade inicial, novamente a divergir dessa verdade”, destacou.
Notícia actualizada às 14h58