Manuela Ferreira Leite “expulsa” José Sócrates e nem fica tranquila com ele na oposição
“Nem tranquila fico se ele ficar na oposição, porque acho que ele na oposição vai ser tão pernicioso para o país quanto na liderança do país”, disse a ex-líder do PSD num jantar comício nos arredores de Barcelos com cerca de 1300 pessoas.
Ferreira Leite explicou que José Sócrates vai “fazer a maior das afrontas a tudo que vai ser feito para cumprir o acordo [com a “troika”] que ele próprio assinou e que diz que é a solução do pais (…)”. E alertou para o risco de o primeiro-ministro “vir a não cumprir” o que ficou negociado, caso venha a ganhar novamente as eleições.
Criticando o número de candidatos a primeiro-ministro nestas eleições, numa referência indirecta a Paulo Portas, Ferreira Leite advertiu que “é absolutamente fundamental que este primeiro-ministro saia quando acabarem as eleições”.
É que para Manuela Ferreira Leite o “PSD tem a responsabilidade histórica de ajudar o país a sair da situação em que se encontra”: “Julgo que a liderança do PSD com Pedro Passos Coelho com competência, com determinação, com coragem e muito especialmente com amor pelo país vai-nos conduzirá vitória no dia 5 de Junho”.
Já quase no final da sua intervenção, ex-líder dirigiu-se directamente ao presidente do partido: “Passos Coelho vai desculpar-me, mas eu não ando à procura de um outro primeiro-ministro, ando à procura que o engenheiro Sócrates saia de primeiro-ministro e ele só sairá de primeiro-ministro no dia em que o PSD tiver mais votos que o PS”.
E depois apelou ao voto no partido, pedindo aos portugueses para “juntarem todos os seus votos naquele que efectivamente é o futuro primeiro-ministro quando o PSD ganhar e que é o Pedro Passos Coelho”.
Passos atira Grécia contra SócratesNo comício, Pedro Passos Coelho dramatizou o resultado das eleições de 5 de Junho e advertiu que, “se tudo continuar como está” e o PS de José Sócrates continuar a Governar, Portugal pode seguir o exemplo da Grécia no prazo de seis meses.
“Se continuarmos como estamos hoje, em meio ano estaremos como a Grécia que está hoje”, afirmou o líder do PSD no jantar em que deixou vários elogios à sua ex-adversária na corrida à liderança.
Depois de lembrar o discurso de Manuela Ferreira Leite contra o endividamento e as grandes obras nas eleições de 2009, em que foi derrotada por José Sócrates. “O país tem razões para se lembrar da razão que tinha.” E disse que a liderança de Ferreira Leite “credibilizou o PSD”, demonstrando que “o partido não diz uma coisa hoje e outra amanhã”