Voo AF477 da Air France caiu ao mar em três minutos e meio

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Não houve sobreiventes no acidente de 1 de Junho de 2009 Brazilian Air Force/Handout/Reuters

De acordo com especialistas do BEA – a agência francesa que investiga acidentes aéreos –, os pilotos foram confrontados, durante cerca de um minuto, com números que indicavam duas velocidades diferentes – uma delas revelando uma queda brutal da velocidade – e foram menos de quatro minutos até o Airbus tocar na água.

O avião começou a dar problemas cerca de quatro horas depois de ter descolado do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Apenas dois co-pilotos estavam na cabine, já que o comandante estava no período previsto de descanso. Minutos antes, os pilotos avisavam os passageiros de que estavam a entrar numa zona de turbulência.

Às 2h10, perante forte turbulência, o piloto automático foi desligado e os pilotos do voo AF447 efectuaram uma manobra para alterar ligeiramente a rota da aeronave e reduzir a sua velocidade. Nessa altura, disparou o alarme de perda de sustentação.

As indicações de velocidade num dos painéis principais do cockpit não coincidiam com as de um indicador de reserva, que existe entre os instrumentos de bordo. Este discrepância, segundo o relatório, durou menos de um minuto.

O comandante da aeronave juntou-se logo aos dois co-pilotos e o que se seguiu foram contínuas tentativas para manter o avião estabilizado. A aeronave, que seguia uma trajectória a uma altitude de 35.000 pés, chegou a subir para 38.000 pés. Mas depois começou a perder altitude e, em três minutos e meio, colidiu com o mar.

Da descrição da nota hoje divulgada, depreende-se que o avião não caiu a pique, mas foi perdendo altitude rapidamente, numa posição com o “nariz para cima” – como aterram normalmente os aviões, mas neste caso com uma grande velocidade vertical.

O último registo nas caixas negras do avião é das 2h14’28” (duas horas, 14 minutos e 28 segundos). O avião estava inclinado para cima num ângulo de 16,2 graus, voava a uma velocidade de 198 quilómetros por hora, e descia a uma velocidade de cerca de 55 metros por segundo (cerca de 200 quilómetros por hora).
A nota publicada nesta sexta-feira pelo BEA revela ainda que os motores estavam operacionais e a responder aos comandos dos pilotos.

O secretário de Estado francês dos Transportes, Thierry Marinai, anunciou que as causas e responsabilidades do acidente serão conhecidas no fim de Junho, já que o mau funcionamento das sondas que medem a velocidade do aparelho foi a única falha detectada até ao momento e não explica, por si só, o acidente.

Leia aqui a nota do BEA.

Notícia actualizada às 23h36
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