Bloco defende ferrovias, PCP promove indústria e ataca "grandes potências"

Francisco Louçã viajou ontem de automotora por terras alentejanas, entre Vila Nova da Baronia e Beja. O líder do Bloco de Esquerda (BE), que comprou ingresso a bordo, já que a bilheteira está desactivada, quis marcar a agenda de pré-campanha com a recuperação das linhas férreas.

O bloquista chamou a atenção para o "problema nacional" de um país que tem "menos quilómetros de linha férrea electrificada do que quilómetros de auto-estrada". Louçã alertou para os erros da política seguida, que promoveu "o transporte rodoviário de mercadorias e de passageiros em detrimento do transporte ferroviário" que considerou "mais eficiente do ponto de vista energético e do ponto de vista económico."

"Creio que devemos recuperar a ferrovia. Portugal foi, na última década, o único país europeu em que o número de viagens de passageiros na ferrovia diminuiu, porque as linhas estão a fechar", disse o bloquista.

Jerónimo de Sousa, que visitou ontem o distrito de Braga, defendeu, depois de uma visita ao Museu da Indústria Têxtil de Vila Nova de Famalicão, a aposta na produção nacional e a necessidade de conter a entrada no país de produtos oriundos de "grandes potências têxteis" emergentes. E referiu o incentivo às indústrias têxteis e do calçado para ajudar o país a sair da crise.

O secretário-geral do PCP aproveitou também para exigir que o Governo explique os resultados obtidos na execução orçamental. Mas Jerónimo parecia ter uma explicação. E deu-a, alegando que por detrás dos números estão "sacrifícios" pedidos "a quem menos tem e menos pode."

Acusando o Executivo socialista de ser "perito em estatísticas", o secretário-geral do PCP acrescentou que "é fácil apresentar estas contas, mas à custa de uma maior exploração, da degradação das condições de vida, particularmente de quem trabalha e quem vive da sua reforma ou da sua pensão".

O comunista admitiu que o problema do défice até pode ficar resolvido, mas não tem dúvidas de que será à mercê da redução de salários e de pensões, com o aumento de impostos e com a redução de apoios sociais, porque "dois mais dois são quatro", disse. "A questão é saber onde é que isto vai parar", rematou. Rita Brandão Guerra com LusaJerónimo de Sousa pede explicações ao Governo sobre os resultados obtidos na execução orçamental

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