Piratas das Caraíbas

A prova de que a "sequelite" é uma doença mais grave do que muitos pensam está nas barreiras que o quarto filme "Piratas das Caraíbas" tem de ultrapassar para fazer esquecer o mal que os episódios 2 e 3 fizeram a um original divertido e descomprometido.


Entregue a Rob Marshall, realizador de "Chicago" e "Nove" erguido a tarefeiro capaz de levar a bom porto um "franchise" amolgado, "Por Estranhas Marés" não evita a sensação de inutilidade da maior parte das sequelas (e o 3D é tão desnecessário ao ponto de ser aqui mero truque cínico para sacar mais dinheiro na bilheteira). Mas consegue recuperar o "élan" perdido do primeiro filme, graças a um desvio bem-vindo pela comédia "screwball" no romance truculento entre Johnny Depp e Penélope Cruz e a uma série de cenas de acção filmadas de modo escorreito e legível (coisa rara hoje em dia nos "blockbusters" habituados à velocidade "furiosa").

E Depp reencontra aqui por completo a sedução do seu pirata vigarista que ficara algures pelo caminho. Isso não coloca "Por Estranhas Marés" ao nível do original, mas torna-o no melhor "Piratas das Caraíbas" desde então, entretenimento eficaz e desempoeirado.

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