Paulo Portas defende redução dos escalões do IRS
“Se o imposto sobre o trabalho, que é o IRS, tiver oito escalões, como acontece em Portugal, as pessoas não têm nenhum incentivo para trabalhar melhor ou mais porque, se o fizerem, vão saltar de escalão e vão pagar mais imposto”, anotou Portas.
Falando aos jornalistas quando visitava a feira rural de Fafe, que hoje decorreu nesta cidade do distrito de Braga, o presidente do CDS-PP recordou que “em países bem governados, com sentido de compromisso entre empregadores e trabalhadores”, o IRS tem três ou quatro escalões.
Para Paulo Portas, as empresas que, apesar da crise e da recessão, estão a empregar pessoas, exportam e reinvestem devem ter créditos fiscais.
“Esses créditos fiscais têm a enorme vantagem de não terem impacto no défice, mas serem um estímulo forte para as empresas”, sustentou.
O líder do CDS acrescentou que esses créditos seriam uma forma de ajudar a economia e a produtividade “numa altura das finanças públicas em que não é possível uma pessoa comprometer-se com reduções generalizadas de impostos”.
Paulo Portas cumprimentou hoje centenas de pessoas que se encontravam na feira rural da cidade de Fafe, incluindo muitos idosos e reformados, dos quais ouviu queixas sobre o aumento do custo de vida.
Antes, aos jornalistas, tinha responsabilizado o PS e o PSD por não terem permitido a actualização das pensões mínimas, rurais e sociais, agravando as dificuldades das pessoas que dependem desses apoio sociais, numa altura em que a inflação continua a subir.
De acordo com dados do Eurostat divulgados hoje, a taxa de inflação em Portugal situou-se nos quatro por cento em Abril.
Portas frisou que o CDS fez uma proposta para reduzir as despesas de publicidade, seminários, eventos e comunicações do Estado e que, garantiu, “tinham permitido actualizar as pensões dos mais pobres”.
A propósito da feira rural de Fafe, Portas defendeu uma política agrícola em Portugal que promova o aumento da produtividade e reduza as importações de alimentos. Segundo o presidente do CDS-PP, Portugal poderá equilibrar em sete anos a balança entre as importações e as exportações de produtos agrícolas, que é, disse, deficitária em 3200 milhões de euros.