A tiara de Katharina

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Adrian Dennis/afp

Diz a Sotheby"s que é a mais importante tiara a surgir para leilão em 30 anos. É soberba e foi encomendada, provavelmente à casa Chaumet, por um dos homens mais ricos do século XIX, o príncipe alemão Guido Henckel von Donnersmarck para oferecer à segunda mulher, Katharina.

As tiaras, que eram no passado símbolos religiosos, evoluíram ao longo dos séculos para se tornarem objectos de demonstração de poder e riqueza. Guido já tinha encomendado algumas para a primeira mulher, mas para Katharina quis uma peça exemplar: diamantes e 11 esmeraldas colombianas em forma de pêra (500 carates) que, diz-se, estiveram na posse da imperatriz francesa Eugénia (mulher de Napoleão III).

Industrial, magnata da imprensa e investidor na bolsa, Guido Henckel von Donnersmarck era amigo pessoal de Bismarck, que o fez príncipe. A amizade beneficiou ambos - Guido no campo da indústria, Bismarck no campo dos conselhos. Nas vésperas da I Guerra Mundial, era o segundo homem mais rico da Alemanha; a sua colecção de jóias era considerada das mais preciosas do planeta. Morreu em 1916, aos 86 anos, de preocupação pelo futuro da Alemanha.

A herança [o seu património estava em território polaco] foi sendo dividida, desviada e confiscada: primeiro pela ocupação alemã, depois pelo regime comunista. Os seus descendentes exilaram-se no Ocidente. Pelo que não é certo quem está a vender esta tiara - a família, alguém que já a comprara?

Certo é que vai à praça no dia 17, na leiloeira Sotheby"s, em Genebra. E quem a quiser comprar terá de despender pelo menos entre 4,6 milhões e 9,2 milhões de francos (7,3 milhões de euros). Ana Gomes Ferreira

agferreira@publico.pt

Leilão de jóias Sotheby"s Genebra, três sessões a partir das 11h. Catálogo e estimativas em www.sothebys.com

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