Médicos da Galiza emigram para Portugal por "más condições" na região espanhola

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Um dos motivos da fuga dos estudantes é o facto de as provas em Portugal serem “mais acessíveis”, dizem os responsáveis galegos Paulo Pimenta

A situação é hoje destacada pelo jornal Faro de Vigo que refere que actualmente mais de 300 galegos estão em Portugal para preparar o MIR – exame com que obtém o título de especialista – e, eventualmente, para se estabelecerem no país.

O Colégio de Médicos da Galiza explica que o “descontentamento” que já se sentia entre os médicos alarga-se agora aos estudantes do sector, com mais de 300 galegos a estudar no Norte de Portugal.

Dados fornecidos pela Ordem dos Médicos, refere esta associação galega, e que traduzem um fenómeno crescente entre os docentes do sector.

Muitos dos alunos, explica Luis Campos Villarino, um dos responsáveis do Colégio galego, acabam por não voltar para a Galiza, ficando integrados nas estruturas médicas portuguesas.

Citado pelo jornal galego, Villarino explica que um dos motivos da fuga dos estudantes é o facto de as provas em Portugal serem “mais acessíveis”, com mais oportunidades de acesso à especialidade que desejam.

Áreas como cirurgia plástica, pediatria, cardiologia ou dermatologia oferecem mais oportunidades em Portugal que na Galiza, onde a concorrência é maior, insiste.

“O reconhecimento social e laboral dos médicos também continua a ser maior no Norte de Portugal do que na Galiza”, sublinha Villarino.

Entre as muitas queixas acumuladas pelos médicos da Galiza está o recente catálogo galego de medicamentos, uma lista já criticada pelo próprio Ministério da Saúde e que está actualmente à espera de uma sentença do Tribunal Supremo.

Problemas na regulamentação da carreira e as dificuldades de acesso a algumas especialidades são outras das queixas.