Morreu António Luzio Vaz, ex-administrador dos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra
António Luzio Vaz administrou os serviços sociais universitários durante 30 anos e é considerado uma das figuras mais queridas da academia local por sucessivas gerações de estudantes.
Consagrado como uma das figuras da academia de Coimbra, Luzio Vaz exerceu também advocacia na cidade e foi presidente do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Em Janeiro de 2010, já aposentado dos SASUC, foi substituído nestas funções por Jorge Gouveia Monteiro, antigo vereador da CDU da Câmara Municipal de Coimbra.
Um mês antes, apresentou na Sala do Senado da Universidade um livro sobre a história e a actividade dos serviços sociais da instituição, editado pela Imprensa da Universidade de Coimbra.
Intitulada “Acção Social Escolar na Universidade de Coimbra - Perspectiva Histórica e Princípios Orientadores”, a obra analisa os serviços sociais universitários, desde os primórdios, passando pelo Estado Novo até à actualidade.
No dia 4 de Julho de 2010, feriado municipal em Coimbra, Luzio Vaz recebeu a Medalha de Ouro da Cidade, uma das várias homenagens de que foi alvo nos últimos dois anos.
Oriundo de Penamacor, Luzio Vaz radicou-se em Coimbra nos anos 70, após uma juventude de andarilho, enquanto camponês, seminarista e emigrante.
Nas últimas três décadas, conciliou o cargo de administrador dos serviços sociais da Universidade com a profissão de advogado, que abraçou após ter exercido funções de delegado do Ministério Público.
Sócio honorário da Associação Académica de Coimbra (AAC), residiu nos tempos de estudante na extinta República do Põe-Ta-Pau.
Também a título honorífico, é membro de várias repúblicas de estudantes da cidade.
Nascido em Benquerença, Penamacor, numa família de agricultores, Luzio Vaz ainda frequentou o Seminário da Guarda na perspectiva de seguir a carreira eclesiástica à semelhança de um tio padre.
Nos anos 60, já aluno de Germânicas na Faculdade de Letras de Coimbra, antes de optar em definitivo por Direito, teve vários empregos em França e na Alemanha.
Foi intérprete na estação ferroviária de Austerlitz, em Paris, operário fabril e distribuidor de batata ao domicílio na zona de Colónia. Vendeu também sabonetes e trabalhou em restaurantes.
Matriculado num curso da Sorbonne, Luzio viveu em Paris as convulsões políticas e sociais do Maio de 1968.
Em 1980, assumiu a gestão dos Serviços Sociais a convite do reitor Ferrer Correia.
O funeral realiza-se terça-feira, no cemitério dos Olivais, em Coimbra. O cortejo fúnebre sairá da Igreja de São José, após as cerimónias religiosas, previstas para as 10h00. O corpo ficará em câmara ardente na capela mortuária daquela igreja, a partir das 17h00 de hoje.