Ministério Público pede absolvição de agente que matou cantor MC Snake

Foto
Graffiti de homenagem a MC Snake João Gaspar/arquivo

Nas alegações finais, que decorreram na 4.ª Vara Criminal do Campus da Justiça de Lisboa, a procuradora do Ministério Público (MP) afirmou que a conduta do agente Nuno Moreira, ao alvejar o carro em que seguia Nuno Manatas, conhecido como MC Snake, teve “resultado desastroso, mas não lhe pode ser imputado” o crime de homicídio qualificado de que vinha acusado.

Por isso, o MP pediu a absolvição do arguido, não deixando de assinalar que a morte de Nuno Manatas foi uma consequência “dramática e dolorosa” da actuação do agente da PSP na madrugada de 15 de Março de 2010, “a única maneira de impedir a conduta perigosa” da vítima, que se preparava para se evadir pela segunda vez à ordem de paragem da PSP.

O advogado que representou a família de Nuno Manatas, Paulo Alves dos Santos, pediu a condenação de Nuno Moreira, alegando que “ao dar um tiro em movimento era impossível não prever que podia atingir o condutor ou terceiros”.

O advogado pediu ao colectivo “um juízo de censura penal efectivo”, frisando que “a lei não permite o uso de arma de fogo desta forma, tanto que mais nenhum agente [dos que com Nuno Moreira se encontravam na perseguição] a usou”.

A leitura do acórdão deste julgamento ficou marcada para o dia 26 de Abril.