O Portimonense quase fez de São Jorge mas o “dragão” sobreviveu

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Hulk foi o autor do primeiro golo da partida de Portimão DR

A partida foi disputada a baixo ritmo e os golos só surgiram na segunda parte. A equipa algarvia deu boa réplica, mas não parou os virtuais campeões.

André Villas-Boas colocou em campo uma equipa bastante diferente da habitualmente utilizada. Desde logo pelo esquema táctico: em vez do 4x3x3 que os “dragões” privilegiam, o FC Porto alinhou em 4x4x2. Beto rendeu Helton na baliza, com a defesa a estar entregue a Sapunaru, Rolando, Maicon e Sereno. No meio-campo havia quatro elementos dispostos em losango. Souza era o mais recuado, tendo Belluschi (à esquerda) e Moutinho (direita) à sua frente. Ruben Micael jogou nas costas da dupla atacante composta por Hulk e Falcao.

O sol e o tempo quente convidavam a outras recreações – para mais com a praia tão perto – e no primeiro tempo a qualidade do jogo justificava outras opções. Aqueles que se deslocaram ao estádio assistiram a uma partida sem motivos de interesse.

Mas o panorama mudou nos segundos 45’ e os golos surgiram em torrente. O descomplicador foi o suspeito do costume, com um grande golo - à entrada da área, Hulk rematou em arco e Ventura, ligeiramente adiantado, não chegou à bola. Porém, o Portimonense reagiu e chegou ao 1-1. Na sequência de um canto, Ruben Fernandes fugiu a Rolando e, de cabeça, repôs o empate. Três minutos depois o FC Porto marcou de novo: perante a desorientação generalizada da defesa algarvia, Falcao surgiu sozinho e fez o 2-1.

A partida voltou a cair de qualidade e o FC Porto parecia ter a vitória na mão. E apesar de os “dragões” terem relaxado na defesa, o Portimonense era demasiado débil para criar perigo. É sintomático o falhanço de Mourad (75’), que sozinho na área, frente a Beto, se atrapalhou e perdeu a bola.

O avançado sueco redimiu-se aos 84’, quando fez o segundo golo dos algarvios, outra vez na sequência de um canto. E o Portimonense parecia querer honrar a lenda de São Jorge, lembrada na revista oficial do clube por, “apesar de muito mais pequeno e aparentemente menos forte”, ter enfrentado um dragão “sozinho, movido pela determinação”. A desilusão veio logo a seguir. Hulk rematou fortíssimo, cobrou o canto e Maicon fez o 3-2. O “dragão” sobreviveu a São Jorge e continua invicto.

POSITIVOHulk

O jogo chegou ao intervalo com 0-0 no marcador, mas o brasileiro acabou com isso no início da segunda parte. Com um grande golo – o 22.º no campeonato – abriu caminho à vitória do FC Porto, que continua invicto na Liga.


NEGATIVOElias

O médio do Portimonense viveu um autêntico pesadelo. A exibição resume-se em passes errados, perdas de bola e falta de lucidez.


Portimonense

A equipa de Carlos Azenha deu boa réplica ao FC Porto e foi apenas o segundo adversário a marcar dois golos ao FC Porto no campeonato. Mas fica a impressão que tal se deve mais a demérito dos “dragões” que a mérito próprio dos algarvios. Sofreu a 15.ª derrota na Liga e quando faltam quatro jornadas para o final do campeonato (há 12 pontos em disputa), o Portimonense está a oito pontos da manutenção.


Ficha de jogo

Portimonense, 2


FC Porto, 3


Jogo no Estádio Municipal de Portimão.Assistência Cerca de 5000 espectadores.

Portimonense

Ventura 5, Ricardo Pessoa 5, Rúben Fernandes 5, Ricardo Nascimento 5, Nilson 5, Elias 4, Wakaso 4 (Pires 4, 58’), Lito 5, Hélder Castro 5 (Pedro Moreira 4, 72’), Candeias 4 e Kadi 5 (Mourad 5, 69’). Treinador Carlos Azenha.

FC Porto

Beto 6, Sapunaru 7, Maicon 7, Rolando 6, Sereno 7, Souza 6, João Moutinho 7 (Mariano González 6, 58’), Belluschi 6 (Guarín 7, 53’), Hulk 7, Falcao 7 (Walter 6, 71’) e Ruben Micael 7. Treinador André Villas-Boas.

Árbitro

Marco Ferreira 5, da Madeira.

Amarelos

Sapunaru (15’), Ricardo Pessoa (62’), Candeias (78’) e Rolando (84’).

Golos

0-1, por Hulk, aos 50’; 1-1, por Rúben Fernandes, aos 60’; 1-2, por Falcao, aos 63’; 2-2, por Mourad, aos 84’; 2-3, por Maicon, aos 86’.

Notícia actualizada às 21h37
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