Já se pode ir de Espinho a Matosinhos sem passar no Porto

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O ministro das Obras Públicas terá inaugurado a via nesta madrugada manuel roberto

Últimos 33 quilómetros da Circular Regional Exterior do Porto, bem como a ligação ao centro do Gondomar, já abriram ao trânsito

Está fechado o anel. Quase duas décadas depois do início do processo, a Circular Regional Exterior do Porto (CREP), também denominada A41 (antigo IC24), está finalmente completa, estabelecendo uma ligação directa, por auto-estrada, entre o nó de Espinho da A29, a sul do Dou- ro, com o nó de Perafita da A28, em Matosinhos. O troço que faltava, entre o Picoto/Argoncilhe (Gaia) e a Ermida (Valongo), numa extensão de 33 quilómetros, abriu ao trânsito na noite passada e conta com uma nova ponte sobre o Douro, um túnel de 460 metros, em Covelo (Gondomar), e dez nós de ligação.

Na prática, a conclusão da A41 deixa Espinho a cerca de meia hora de distância do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, independentemente das condições de circulação na congestionada Via de Cintura Interna do Porto. Assim, o trânsito que circule de norte para sul, e vice-versa, poderá deixar de passar pela cidade do Porto, estabelecendo-se uma ligação directa entre a A1 ou a A29, a sul, com a A3, a A4, a A28 e a A42, a norte, interligando os concelhos de Espinho, Feira, Gaia, Gondomar, Valongo, Paredes, Maia e Matosinhos.

O custo desta nova ligação ascende aos 325,2 milhões de euros, aos quais há a somar mais 59,3 milhões relativos aos 8,5 quilómetros que passaram a ligar a A41 ao pedaço já existente da auto-estrada Porto-Gondomar (A43), que ficou também concluída e totalmente aberta ao trânsito, ligando Aguiar de Sousa ao Freixo (já existia o troço entre a VCI e São Cosme). Ao todo, as vias agora disponíveis custaram 384,5 milhões de euros, ficando ainda por concluir a ligação da A41 a Oliveira de Azeméis (A32), que deverá abrir em Outubro.

Todos os troços agora inaugurados, integrados na concessão do Douro Litoral, estão sujeitos ao pagamento de portagem (ver caixa). Ao contrário do que já sucede nos troços entre a Ermida (ligação com a A42, para Paços de Ferreira) e Perafita, o pagamento não se fará com recurso a pórticos, mas com portagens sem portageiros, alargando, na Região Norte, o recurso ao sistema que apenas permite o pagamento automático (com máquina para pagamento em dinheiro ou cartão, semelhante às existentes nos parques de estacionamento) ou por Via Verde.

A A41 - que começou por ser uma via rápida cujo primeiro troço ligava o nó da Maia da A3 a Alfena - ficou pronta dentro dos prazos previstos pelo contrato de concessão e, segundo assegurou Franco Caruso, porta-voz da Auto-Estradas do Douro, dentro do valor que estava orçamentado. "Esta auto-estrada serve as populações da área metropolitana do Porto, que beneficiam, assim, de uma ligação de qualidade entre o Sul e o Nordeste, e também o tráfego comercial, que passa a ser desviado da cidade do Porto, agilizando as ligações entre o Norte e o Sul do Douro. Melhora também a qualidade de circulação na VCI, já que retira de lá o trânsito pesado de longo curso", explicou aquele responsável. Caruso acredita que, mesmo com o pagamento de portagens, este será o percurso "mais racional" do ponto de vista da eficiência económica.

Os troços agora concluídos têm um perfil de 2x2 faixas de rodagem, excepto entre os nós de Sandim e Aguiar de Sousa, para onde os estudos de tráfego feitos pela concessionária prevêem uma utilização mais intensiva. Neste troço, que inclui o túnel de Covelo (em Gondomar) e a nova ponte sobre o Douro (construída junto ao edifício da antiga central termoeléctrica da Tapada do Outeiro), a via tem 3x3 faixas. Entre Argoncilhe e a Ermida, a A41 dispõe de nós de ligação a Sandim (Gaia), Medas/Foz do Sousa (Gondomar), Aguiar de Sousa, Gandra (Paredes), Recarei, Campo e Sobrado (Valongo).

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