Já houve esturjões em Portugal
Vivia no mar e, na altura da reprodução, subia os rios portugueses para desovar. As bacias do Douro e do Guadiana eram então a casa do Acipenser sturio, a espécie de esturjão que já existiu em Portugal.
Era apanhado para ser comido, não para fazer das suas ovas a famosa conserva chamada caviar, explica a bióloga Fátima Gil, do Aquário Vasco da Gama, em Lisboa. Mesmo assim, um dos seus nomes vulgares era peixe-do-caviar. Chamavam-lhe também esturjão, esturgião, esturião, esturjão-real, peixe-cola, solho, solho-grande e solho-rei.
Em Portugal, hoje está extinto na natureza. O último rio que visitou foi o Guadiana, na década de 1980. "O desaparecimento deveu-se à pesca na época da reprodução, às barragens que os impediram de subir os rios para locais propícios à desova e à sobrevivência das larvas e juvenis, e à poluição", refere Fátima Gil. "Junto dos nossos grandes estuários encontram-se também as maiores cidades."
Nos países onde ainda existe o Acipenser sturio, como a bacia do rio Gironde, em França, e a do Guadalquivir, em Espanha, está criticamente ameaçado de extinção.
Mas há várias espécies de esturjões na Europa e na América do Norte, e de quase todas se faz caviar. A principal fonte desta delícia para muita gente é, porém, o esturjão-beluga - com o nome científico Huso huso -, que vive nos mares Cáspio e Negro e no rio Volga. É o maior de todos, podendo atingir nove metros de comprimento.